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outubro 6, 2014
Adriano Pedrosa será curador do Masp por Silas Martí, Folha de S. Paulo
Adriano Pedrosa será curador do Masp
Matéria de Silas Martí originalmente publicada no jornal Folha de S. Paulo em 1 de outubro de 2014
Um dos nomes mais respeitados do cenário artístico do país, Adriano Pedrosa será o novo curador do Masp.
A decisão de mudar a curadoria havia sido anunciada pelo novo presidente do museu, o empresário Heitor Martins, como uma das prioridades de sua gestão, que começou no fim de setembro depois de longas negociações com a antiga cúpula à frente do Masp.
Pedrosa vai liderar uma equipe de três curadores associados, substituindo o atual titular da área, Teixeira Coelho, que ocupou o cargo pelos últimos sete anos.
Num esforço para redefinir a "vocação" do Masp e tornar mais "aberta" sua relação com a sociedade, Martins enxerga na mudança da curadoria um passo fundamental para devolver a credibilidade que o museu vem perdendo.
Com dívidas de R$ 12 milhões e pendências com o Ministério da Cultura, o museu vive um momento de crise que a nova gestão tentará sanar, e por isso, de acordo com membros da nova diretoria, a programação do ano que vem será mais enxuta.
Na semana que vem, Pedrosa deve apresentar ao conselho do Masp seu plano inicial para a área responsável por definir a programação do museu e seu eixo conceitual.
À diretoria, ele propôs realizar 12 exposições no ano que vem, sendo oito delas com obras do acervo do museu —conjunto de 8.000 peças avaliado em US$ 2 bilhões— e quatro delas mostras temporárias, que deverão ser elaboradas por ele e sua equipe.
Pedrosa despontou no cenário artístico do país nos anos 1990, quando integrou a equipe do curador Paulo Herkenhoff na 24ª Bienal de São Paulo, dedicada a uma reflexão sobre o movimento antropofágico e responsável por alavancar a mostra a um novo patamar internacional.
Ele é responsável por quatro mostras em cartaz no país, todas bem avaliadas pela crítica –as retrospectivas de Leonilson e Rivane Neuenschwander e as coletivas "Artevida" e "Histórias Mestiças".
Também integrou a curadoria da 27ª Bienal de São Paulo, em 2006, e foi um dos curadores-chefes da Bienal de Istambul, em 2011.
Adriano Pedrosa já figurou na lista dos nomes mais poderosos e influentes na cena artística global elaborada a cada ano pela revista britânica "ArtReview", que funciona como espécie de termômetro mundial de tendências.
Sua escolha para chefiar o maior museu da América Latina está em sintonia com os planos da nova direção de devolver o peso institucional perdido pelo Masp. E também sinaliza maior abertura ao resto do mundo, já que a equipe de Pedrosa deverá incluir alguns nomes estrangeiros.