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março 12, 2014
Feira americana se reinventa com foco nos emergentes por Silas Martí, Folha de S. Paulo
Feira americana se reinventa com foco nos emergentes
Matéria de Silas Martí originalmente publicada no jornal Folha de S. Paulo em 10 de março de 2014.
Num cenário cada vez mais saturado, a Armory Show, mais tradicional feira nova-iorquina, vem tentando se reinventar. Desde que assumiu o comando do evento há três anos, Noah Horowitz conta que seu objetivo é "repensar e energizar" tudo.
E a estratégia que encontrou foi apelar para os mercados emergentes, tendo já destacado galerias latino-americanas em edições passadas e, neste ano, criando uma ala só para a China.
"Todo o cenário tem passado por abalos sísmicos, as mudanças são enormes", diz Horowitz. "O número de feiras e bienais aumentou tanto que há muito mais ruído."
No caso do Brasil, a edição da feira que terminou ontem foi uma tentativa de limpar o caos e estabelecer alguns nomes que devem estar na lista de todo colecionador.
Luciana Brito, galerista paulistana que está no comitê de seleção da Armory, levou obras do concretista Waldemar Cordeiro. A Bergamin, também de São Paulo, destacou alguns trabalhos raros de Lygia Clark e Mira Schendel, enquanto a Raquel Arnaud apostou em Sérgio Camargo.
Essa foi uma das maiores representações brasileiras na feira, mas também chamou a atenção o fato de galerias estrangeiras também terem escolhido brasileiros como carros-chefe de suas seleções.
Depois de fechar exclusividade na representação de Lygia Clark, a casa britânica Alison Jacques levou à Armory uma instalação inédita da mais nova integrante de seu time --Fernanda Gomes.
"Não sei dizer por que a obra dela tem se tornado mais relevante agora", diz Charlotte Marra, diretora da Alison Jacques. "Mas achamos que esse seria o melhor momento para mostrar isso em Nova York. Estão percebendo a habilidade dela em trabalhar com texturas e sutilezas."