|
setembro 26, 2013
Folha visita museus da cidade de SP e avalia questões como estrutura e organização por Camila Caron, Folha de S. Paulo
Folha visita museus da cidade de SP e avalia questões como estrutura e organização
Matéria de Camila Caron originalmente publicada no jornal Folha de S. Paulo em 25 de setembro de 2013.
A maior parte dos museus de São Paulo está despreparada para receber e guiar grupos em visitas espontâneas. Quem deseja orientação para conhecer o acervo das instituições precisa fazer o agendamento.
A reportagem visitou 11 museus observando esse item e ainda acessibilidade, presença de informações sobre obras com ou sem traduções, serviços interativos, presença de loja e café, atrações para crianças e condição dos banheiros. A situação de cada um foi avaliada de acordo com o que encontrou a reportagem no dia da visita.
Análise: Em SP, museus públicos estão melhores que os privados em conteúdo
Uma pesquisa realizada pela Embratur com 453 turistas estrangeiros nas cidades-sede da Copa das Confederações, em junho, apontou que cerca de 40% deles procuraram por museus, exposições e casas de cultura. Embora São Paulo não tenha recebido jogos, o número pode refletir uma tendência para a metrópole na Copa.
Segundo o presidente do Ibram (Instituto Brasileiro de Museus), Ângelo Oswaldo de Araujo Santos, o instituto investirá nos museus brasileiros vinculados a ele R$ 20 milhões vindos da Petrobrás e mais R$ 134 milhões vindos do governo federal, com vistas à Copa.
Em São Paulo, o Lasar Segall receberá verbas para a restauração da biblioteca.
Embora a estrutura dos museus da cidade seja boa, a oferta de visitas monitoradas deixa a desejar. Em instituições como MAM (Museu de Arte Moderna), MAC (Museu de Arte Contemporânea) e Oca é preciso agendar para garantir o passeio orientado.
"O número de monitores está sendo ampliado a partir da experiência que estamos tendo" diz Tadeu Chiarelli, diretor do MAC, museu que conta com seis educadores.
"Não existe necessidade de um mediador o tempo todo para dar explicação; com as visitas programadas, temos um trabalho mais rico", afirma Paula Selli, do área educativa do Lasar Segall, que só oferece monitor em caso de agendamento.
No MIS, nem todas as obras apresentavam etiquetas com sua descrição no dia da visita da reportagem.
No MIS (Museu da Imagem e do Som), há sempre um ou dois educadores disponíveis para o público espontâneo.
Quem vai ao Masp (Museu de Arte de São Paulo) pode ter acompanhamento mediante o pagamento de R$ 10, valor que inclui o ingresso. Na visita da Folha ao MuBE (Museu Brasileiro da Escultura), a equipe apresentou, sem agendamento prévio, as obras em exposição.
Se museus como o da Língua Portuguesa e o do Futebol --ambos administrados pelo Instituto de Arte do Futebol Brasileiro-- dispõem de recursos como monitores interativos com textos e vídeos e sensores de movimento, outros espaços, como a Oca, ainda são tímidos em tecnologia --o que se nota nas projeções realizadas na casa.
Entre os museus visitados, a maioria tem estrutura para receber deficientes físicos.
A Capela do Morumbi, porém, tem somente uma escada para o acesso, sem rampa ou elevador, e calçadas estreitas, o que impossibilita a visita de cadeirantes.
De acordo com a diretoria do museu, há um projeto de acessibilidade para o local, mas por se tratar de um edifício histórico, a reforma encontra obstáculos.
Independentemente da realização de eventos internacionais, Nascimento afirma que para o desenvolvimento dos museus, é necessário haver um investimento permanente nesses espaços.