|
agosto 29, 2013
Galerias cariocas, as grandes incentivadoras da ArtRio por Nice Jourdan, O Globo
Galerias cariocas, as grandes incentivadoras da ArtRio
Matéria de Nice Jourdan originalmente publicada no jornal O Globo em 19 de agosto de 2013.
Na primeira edição da feira, algumas das galerias mais importantes do circuito não acreditaram no mercado de artes da cidade
RIO - Quando o projeto da ArtRio foi lançado em 2011, muita gente duvidou do potencial da iniciativa e achou que o Rio de Janeiro não teria um mercado que comportasse uma feira de artes desse padrão. Reconhecidamente atrás do maior polo cultural do país, São Paulo, o mercado de artes carioca ainda não possuía um tipo de plataforma estabelecido para comercialização de obras. De cara, algumas das maiores galerias paulistas não toparam, ou simplesmente não acreditaram na ideia. A questão era: por que sair da cidade para um território desconhecido? No Rio, a coisa tomou proporções diferentes e a noticia foi recebida com entusiamo por todos do cenário cultural. A proposta parecia se encaixar com a necessidade do momento. Era o passo que faltava para um salto na internacionalização dos rumos do mercado de artes contemporânea. Agora, em apenas três anos, a ArtRio já é considerada a segunda maior feira do país em volume de negócios, de acordo com a pesquisa feita pelo programa Latitude.
— Achei que era uma iniciativa que o Rio precisava há muito tempo. Sempre existiu uma insatisfação por não haver um tipo de movimento como esse no Rio. A SP Arte já existe há 10 anos e a Bienal há 50. O resultado aqui passou das expectativas — conta Mercedes Viegas, diretora da galeria que leva seu nome.
O resultado foi muito maior do que o esperado em termos de venda - com obras negociadas entre R$ 2 mil a 7 milhões -, colocando a cidade na agenda cultural dos grandes colecionadores e ampliando um mercado interno.
O número de galerias aumentou - de 83 para 101. Não é um crescimento considerável, mas a organização priorizou o conteúdo, a qualidade dos expositores e o conforto de todos. A distribuição dos estandes aconteceu de forma democrática e heterogênea - as cariocas Lurixs e Anita Schwartz se encontram ao lado das gigantes Gladstone (NY), Pace (NY), Gagosian (NY), por exemplo.
— A ArtRio teve um sucesso estrondoso na primeira edição. Já no segundo ano, todas as galerias que não participaram compareceram. A feira internacionalmente está crescendo e ganhando mais visibilidade - Afirma Ricardo Rego, diretor da Galeria Lurixs, que acredita numa concorrência entre os modelos de feira paulista e carioca. — Na última feira de SP, a organização deu um salto grande, de certa forma motivada pelo sucesso que o Rio fez. Assim como a feira do Rio buscou um padrão na SP Arte — esclarece o galerista.
Para a galerista Anita Schwartz, o diferencial para um evento como este é a qualidade das obras e dos espaços. A concorrência ocorre de forma saudável. O público comprador carioca está crescendo, assim como os colecionadores. Cada vez mais os novos compradores estão educando o olhar para tornarem-se possíveis colecionadores. Além disso, o rumo que modelo do evento apresenta um tom mais educativo, principalmente quando passou a receber visitações de escolas e de pessoas em busca de programas de lazer.
— O mercado do Rio renasce totalmente revigorado. As pessoas comuns tiveram um interesse total na feira. Aqui, além do papel comercial, a feira também tem o papel institucional e educativo. No final de semana a visitação é mais voltada para o público comum. A arte contemporânea é lúdica e acessível. As pessoas querem interagir — conta Liecil Oliveira, da Galeria Athena, sobre o interesse do grande número de visitantes do evento.
Como carioca da gema fico mto satisfeito em saber da ArtRio. Atualm/ moro em Vitoria/ES. Sou artista plástico, mestrando em artes pela UFES, pago caro para ter um ateliê e aqui não acontece nada, ou melhor, o pouco que acontece é estritamente voltado para os "renomados". Aqui não se vende, não se negocia arte. O capixaba é extremamente voltado para o próprio umbigo. Parabéns ao meu querido Rio. Espero que respingue algumas gotas por aqui.
Posted by: jorge da silva magalhaes at setembro 2, 2013 10:22 AM