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abril 7, 2013
Pesquisa revela o crescimento do mercado de arte contemporânea no Brasil por Nahima Maciel, Correio Brasiliense
Pesquisa revela o crescimento do mercado de arte contemporânea no Brasil
Matéria de Nahima Maciel originalmente publicada no jornal Correio Brasiliense em 5 de abril de 2013.
Eventos no Rio e em São Paulo são reflexo do aumento do interesse por obras nacionais
SP Arte 2013, Fundação Bienal de São Paulo, São Paulo, SP - 04/04/2013 a 07/04/2013
Sócia da Galeria Vermelho e presidente da Associação Brasileira de Arte Contemporânea (Abact), Eliana Filkenstein não consegue imaginar uma feira de arte no Brasil dos anos 1990. Questão de mercado. As últimas duas décadas foram de comemoração para as artes plásticas no Brasil. Especialmente o período entre 2000 e 2012. As feiras de arte funcionam como um termômetro, e o crescimento desse tipo de evento acompanha o desenvolvimento econômico. Em 2005, 40 galerias, a maior parte de São Paulo e do Rio de Janeiro, juntaram-se para fazer a primeira edição da SP Arte. Oito anos depois, a feira montada no pavilhão da Bienal no Ibirapuera conta com 110 galerias e abriu as portas ontem com expectativa de público de 20 mil pessoas. “Acho que houve um incremento no Brasil, as pessoas começaram a olhar mais para a arte, e as feiras possibilitaram que mais pessoas conhecessem”, repara Eliana, que todo ano vê os negócios da Vermelho se agitarem durante as feiras.
Quando olha para trás, Fernanda Feitosa, uma das idealizadoras da SP Arte, arrisca até mesmo dizer que existe um antes e um depois do evento. “O mercado não é mais o mesmo”, garante. “Na primeira edição, um galerista afirmou: ‘Esta feira vai mudar a cara do mercado de arte no Brasil.’ E assim foi. As galerias se organizaram, o mercado se profissionalizou e parece ter se tornado mais transparente aos olhos do consumidor. E o mais importante de tudo: surgiram novos colecionadores.” O evento se consolidou, cresceu e incentivou outras iniciativas.
Três perguntas para Fernanda Feitosa, diretora da SPArte
Houve um crescimento muito grande do mercado e arte contemporânea no Brasil? Qual a configuração dele hoje? E o que mudou na última década?
A SP Arte teve um papel pioneiro e nosso trabalho de expandir o mercado de arte tem sido tão forte e consistente que permitiu o aparecimento de outras feiras de arte pelo país. Por outro lado, a SP Arte contribui para a inserção de novos artistas na medida em que desperta o interesse de novos colecionadores. Temos que criar condições de escoamento da produção jovem contemporânea em nosso país e uma das formas de fazer isso é estimulando o colecionismo, tanto privado como público.
O que propiciou que feiras como a SPArte crescessem e se solidificassem?
O interesse do público ávido por arte e pelo marcado de arte. A arte é vista como um bem , é uma diversificação de patrimônio. Hoje, ela é um investimento e as pessoas estão totalmente conscientes disso. O mercado de arte brasileira teve um boom tanto dentro quanto fora do país. Os artistas brasileiros são reconhecidos internacionalmente pela sua excelência. De uns tempo para cá, estamos vendo preços exorbitantes serem pagos por obras de artistas como Adriana Varejão , Vik Muniz e Beatriz Milhazes. A SP Arte colocou o Brasil na lista dos países com melhores feiras do mundo e isso também está influenciando na compra e venda da arte brasileira.
Segundo a Abact, o mercado cresceu 44% nos últimos dois anos e 66% da produção é comprada por brasileiros. Você sente isso durante a SPArte?
O momento vivido pela arte brasileira é muito bom, de sobriedade, consolidação, descobrimento. Acredito realmente que a feira seja parte importante deste processo que estamos vivenciando e responsável por este movimento de conscientização e engrandecimento da arte brasileira de dentro para fora e de fora para dentro na medida em que o que estamos fazendo aqui está ecoando no exterior, pela qualidade e profissionalismo da arte produzida mostrada aqui. O público brasileiro está cada vez mais se interessando por arte e pela compra de arte.
A reportagem completa você lê na edição impressa de hoje do Correio Braziliense.