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abril 3, 2013
Entrevista com Fernanda Feitosa sobre a SP-Arte, Entretempos
A mais importante feira de arte do hemisfério sul
Entrevista originalmente publicada no blog Entretempos da Folha de S. Paulo em 2 de abril de 2013.
SP Arte 2013, Fundação Bienal de São Paulo, São Paulo, SP - 04/04/2013 a 07/04/2013
Fernanda Feitosa respira a SP-Arte.
Empolgada com o tamanho e a representatividade do evento que criou, não faz cerimônia ao afirmar que é “a mais importante feira de arte do hemisfério sul”.
Pudera. Em 2012, reuniu 110 expositores e movimentou ao menos 49 milhões de reais, número que corresponde apenas às galerias que declararam suas transações.
As cifras explodem no imaginário do mercado da arte.
Nesta edição, que estreia nesta quinta-feira (04), o evento espera receber 23 mil pessoas no Pavilhão da Bienal para visitar 122 galerias, entre elas a estreia da americana Pace, de Michal Rovner e Alexander Calder, além da badalada inglesa White Cube de Damien Hirst.
Na entrevista abaixo, por email, Fernanda falou sobre o projeto “Laboratório Curatorial”, a explosão de galerias em São Paulo e ainda deu dicas de feiras de arte fora do país.
Vale a pena.
2013 maior
Esta é a maior edição da SP-Arte e a mais internacionalizada, com 122 participantes, do Brasil e do exterior.
São 15 países: Alemanha, França, Inglaterra, Portugal, Espanha, EUA, Costa Rica, Cuba, Colômbia e Japão.
Hoje temos mais de 200 convidados internacionais desembarcando para a feira.
Não são turistas acidentais.
Laboratório curatorial
O “Laboratório Curatorial” é uma iniciativa única da SP-Arte, sem paralelo em nenhuma outra feira do mundo.
Trata-se de uma oficina de curadoria em que o Adriano Pedrosa, idealizador e coordenador do projeto, seleciona, com curadores convidados a cada edição, 4 pré-projetos de jovens curadores a serem executados para feira.
São pré-projetos que serão transformados em projetos ao longo de quase 8 meses de trabalho e encontros.
As exposições são montadas na feira, contam com catálogo e folheto informativo e, ao final, os curadores recebem como prêmio uma viagem para visitar uma mostra de arte de alcance internacional, como foi no ano passado Kassel e este ano as bienais de Veneza e Istambul.
É um projeto muito bacana para um país em que existem menos oportunidades profissionais para curadores de arte.
Eventos satélites
A feira tem mais de 50 eventos paralelos acontecendo fora do Pavilhão [da Bienal do Ibirapuera]. Só de exposições são 20 que abrem na cidade.
São Paulo é a capital cultural da América Latina, como afirmou Nicholas Serota, diretor da Tate, no ano passado.
Não só tem a Bienal, como tem também a mais importante feira de arte do hemisfério sul e os museus com acervos espetaculares e mais ativos, como Pinacoteca, MAM, MAC e MASP.
Explosão de novas galerias
Muitas galerias abrem na cidade de SP. Semana passada mesmo abriu a Carbono, que se dedica a múltiplos e edições.
É fundamental que surjam novas galerias ao mesmo tempo em que a feira ajuda a transformar apreciadores de arte em compradores, pois essa conjugação de fatores faz acontecer o tão necessário escoamento da produção artística que tem que circular.
O artista precisa vender e se sustentar através de sua profissão e, para isso, são necessários mais museus, mais centros culturais e mais colecionadores.
É possível ver tudo?
Eventos excessivamente grandes são desnecessários. O que é importante é a qualidade. A SP-Arte traz apenas 122 galerias. Outras feiras concorrentes no exterior chegam a ter 300 expositores.
Isso é um exagero e o visitante não tem condiçoes de ver tudo. Smaller is better, less is more…
Acredito nisso.
Para fora
As melhores feiras são aquelas em que você se sente bem tratado. No hemisfério norte, não se deve perder Basel, Basel Miami, Frieze, Fiac e Arco.
Na América Latina, a ArteBo, na Colômbia.