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março 3, 2013
OPAVIVARÁ! sobre a suspensão da performance na abertura do MAR, Facebook
Post do OPAVIVARÁ! originalmente publicado no Facebook em 2 de março de 2013.
Opa amigos,
É com grande tristeza e preocupação que informamos a todos que nossa ação, que deveria ter se realizado ontem, como parte do evento de inauguração do MAR (Museu de Arte do Rio), foi impedida e censurada pela força da Guarda Municipal.
Nossa saída do barracão em direção ao museu estava prevista para as 17h. Por volta das 16h duas viaturas da Guarda Municipal, com 6 guardas armados com cacetetes, estacionaram em frente ao portão do barracão impedindo nossa saída.
A Guarda nos informou que estava cumprindo uma determinação que partia de um consenso entre a Subprefeitura da Zona Portuária, a CET RIO, a Guarda Municipal, o Comando Militar do Leste e a Segurança da Presidência da República, de que nossa ação representaria um risco à vida da presidente, presente na inauguração do museu.
Em contato direto com a curadoria da instituição, tentamos de diversas maneiras viabilizar a ação buscando um acordo possível com as autoridades.
Enquanto nada se resolvia, demos continuidade à ação dentro do barracão, recebendo amigos, batucando as panelas e discutindo sobre toda a situação.
Às 19h, servimos o jantar no barracão.
Às 20h, recebemos a visita no barracão da curadora do museu Clarissa Diniz e do Capitão da Guarda Municipal Leandro Matieli, dizendo que nossa ação havia sido autorizada.
No entanto, já havia se passado 3 horas do horário previsto.
Estávamos programados para sair com a luz do dia, chegar à praça mauá ao anoitecer e servir o jantar em seguida.
No momento em que a ação foi liberada já era noite, o jantar já havia sido servido, as crianças da bateria estavam extremamente frustradas e cansadas e a chuva havia apertado bastante.
Decidimos então com grande pesar que não sairíamos mais, devido a total inviabilidade e falta de sentido.
Nossa proposta integrava o evento de inauguração do MAR, fomos convidados pela curadoria em abril de 2012.
Com todos os adiamentos da inauguração do museu nosso projeto foi se transformando, mas, em agosto de 2012, definimos nossa proposta com a descrição exata do que pretendíamos fazer e encaminhamos à curadoria, que recebeu a proposta muito positivamente.
Estamos muito abalados, é muito triste ter um projeto de quase um ano impedido por força policial sem nenhum tipo de diálogo prévio.
Estamos muito decepcionados com todas as instâncias de poder que deveriam apoiar e viabilizar o projeto e que no entanto, por simples comodidade, preferiram impedir, proibir e censurar.
É realmente absurda a inoperância e ignorância do estado diante da arte!
Responsabilizamos aqui, por essa ação de censura, a Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, a Subprefeitura da Zona Portuária, a CET RIO, a Guarda Municipal, o Comando Militar do Leste, a Segurança da Presidência da República, a CDURP (Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto do Rio de Janeiro), a Fundação Roberto Marinho, a curadoria, direção e presidência do MAR.
Aguardamos sinceramente uma retratação dos responsáveis diante deste caso de descumprimento das leis e dos direitos instituídos na constituição brasileira.
Com tristeza,
OPAVIVARÁ!
Em solidariedade ao grupo e evidente descontentamento com a situação:
Leis e normas são descumpridas
Por interesses das políticas corrompidas.
Artistas são obrigados a se sujeitar
A padrões e espaços que as autoridades insistem em limitar.
Explicações plausíveis não são dadas
E posteriormente por alguns tentam ser remendadas.
A sociedade grita por ações
Que poetizem o cotidiano e formem opiniões.
A frustração nada preenche
Mas nos manifestemos e bola pra frente.
Gilmara Oliveira