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janeiro 10, 2013
Obras de arte expostas em praças e ruas ganham destaque em site por Maria Elisa Alves, O Globo
Obras de arte expostas em praças e ruas ganham destaque em site
Matéria de Maria Elisa Alves originalmente publicada no jornal O Globo em 18 de dezembro de 2012.
Museóloga seleciona 61 trabalhos que ocupam espaço público do Rio
RIO — As belezas naturais todo mundo conhece, mas são poucos os cariocas e turistas que prestam atenção em outra faceta do Rio: a de museu a céu aberto. A cidade abriga mais de 500 obras de arte, que, expostas em ruas e praças, nem sempre recebem a atenção que merecem. Com o desafio de corrigir essa injustiça, a Letra e Imagem Editora e Produções pôs nesta terça-feira no ar o site rioartecidade.com.br, que apresenta e detalha 61 trabalhos que ocupam o espaço público.
A seleção dos monumentos, chafarizes, grafites, esculturas e paineis foi feita pela museóloga Mariana Várzea, que, em 2010, já havia feito um inventário de todas as obras de arte espalhadas pelas ruas para escrever um livro.
No site bilíngue (português-inglês), as 61 obras são apresentadas através de fotos, um texto com dados históricos e a minibiografia do artista. Vinte delas são comentadas em vídeos, com depoimentos de artistas, arquitetos e curadores. Waltercio Caldas e Angelo Venosa, por exemplo, comentam seus trabalhos. Além disso, quem acessar o site poderá ver, no serviço de mapeamento do Google maps, a localização de cada obra. Para saber como elas interagem com o entorno, basta ver o Google Streeview, também acessado diretamente no site.
Entre as obras selecionadas estão os Arcos da Lapa, o Chafariz da Praça 15, a escultura de Franz Weissmann no jardim do MAM, a baleia, de Angelo Venosa, no Leme, o pai nel de Burle Marx no Clube de Regatas do Vasco, além, é claro, do Cristo Redentor.
— Transformamos o livro em site. A ideia é percorrer as obras, mostrando a representatividade histórica e de linguagem de cada uma delas — diz Márcia.
A museóloga acredita que, ao ter mais conhecimento sobre as obras de arte que o cercam, os cariocas podem passar a exigir mais qualidade no que é exposto nas ruas.
— Temos que trabalhar melhor a política de ocupação do espaço público. Tem que ser mais criteriosa, mais participativa. As obras deveriam ser aprovadas por um conselho, não há discussão, se instala tudo em praça pública. A representação de personagens da cidade, como o Drummond, também tem que ser trabalhada de forma mais criteriosa, tem que ser feita por artistas consagrados, se discutir se o que a cidade precisa é de realismo — diz.