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novembro 23, 2012
Marta Suplicy defende "viriada cultural" para museus de todo o país por Silas Martí, Folha de S. Paulo
Marta Suplicy defende "virada cultural" para museus de todo o país
Matéria de Silas Martí originalmente publicada na Ilustrada do jornal Folha de S. Paulo em 22 de novembro de 2012.
Em sua passagem pela quinta edição do Fórum Nacional de Museus em Petrópolis (RJ), nesta quinta (22), a ministra da Cultura, Marta Suplicy, defendeu a criação de uma "virada cultural" para museus do país, em que instituições ficariam abertas, com entrada gratuita, toda a madrugada de uma semana ou fim de semana.
Segundo a ministra, seria algo inspirado nos eventos que o Centro Cultural Banco do Brasil realizou em São Paulo e no Rio durante a mostra "Impressionismo: Paris e a Modernidade", que recebeu visitantes madrugada adentro. "É uma coisa que veio à mente agora, mas a ideia é fazer quem nunca teve coragem de entrar num museu entrar pela primeira vez", disse Marta. "Todo o Ministério da Cultura terá essa linha de inclusão social agora."
Marta, que anunciou um aporte de verbas de R$ 53 milhões aos museus federais no ano que vem, prevê uma "propaganda forte" para o evento noturno, embora ainda estude os detalhes do projeto com José do Nascimento Júnior, presidente do Instituto Brasileiro de Museus, órgão ligado ao MinC, responsável pelo fórum que vai até esta sexta (23) na cidade fluminense.
Em sua passagem por Petrópolis, a ministra também comentou a tributação sobre obras de arte que entram no país, um dos maiores entraves no mercado nacional de arte e problema na política de aquisições de museus que tentam incorporar obras do exterior a seus acervos ou repatriar peças de artistas brasileiros que estão fora do país. Enquanto países como os Estados Unidos ou membros da União Europeia taxam obras que passam por suas alfândegas em até 5%, esse valor pode chegar a 50% no Brasil.
"Isso não pode continuar assim, porque é muito importante para o país ter essa sinergia", disse Marta. "Sou a favor da desoneração dessa área, porque isso só acrescenta. Com certeza apareceriam coleções interessantes com essa reforma."
Marta se refere a peças que entraram no país de forma irregular e poderiam, com uma "anistia", ser exibidas ao público. Esse é outro ponto das negociações já em andamento há oito meses com a Receita Federal. A ministra adiantou que terá uma reunião com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, até o fim do ano para discutir esses pontos.