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novembro 9, 2012
'Pharmacia Deluxe' expõe obras de dois artistas em galeria no Recife, globo.com
'Pharmacia Deluxe' expõe obras de dois artistas em galeria no Recife
Matéria originalmente publicada no caderno G1 PE do jornal globo.com em 8 de novembro de 2012
As fragilidades humanas, traduzidas em palavras, texturas, cores e traços. Assim são algumas das obras que compõem a exposição “Pharmacia Deluxe”, que abre para o público na sexta-feira (9), na Galeria Amparo 60, em Boa Viagem.
As obras seguem no espaço até 10 de dezembro, com visitações gratuitas às terças e sextas, das 10h às 13h e das 14h às 19h; e aos sábados, das 10h às 14h.
A mostra faz parte do projeto Cumplicidade, em que um artista ligado à galeria convida um colega para montar uma exposição coletiva. Nesta edição, o mineiro Célio Braga chamou o goiano Marcelo Solá, pensando em um diálogo que ressalte não só as semelhanças, mas também as diferenças entre suas obras, principalmente no uso das palavras, uma característica do trabalho dos dois.
A diferença principal está talvez no modo como as palavras estão expostas. Nas séries “Doloridos Coloridos” e “Ladainhas”, Braga explora a utilização de linhas coloridas e brancas, e cobre com bulas de remédios e fitas do Senhor do Bonfim, apresentando uma leitura aparentemente minimalista. O truque para observar atentamente esses trabalhos é aproximar-se cada vez mais dos quadros: olhando atentamente, o público descobre cada vez mais detalhes.
Por sua vez, Marcelo Solá traz cerca de 12 desenhos para a “Pharmacia Deluxe”, onde as palavras estão expostas em cores fortes, nas obras feitas em grafite, óleo, esmalte sintético e spray. Para o artista, escrever e desenhar são artes que caminham juntas, e as palavras e frases soltas somam-se aos traços relacionados com o caos das metrópoles.
A dupla acredita ainda que suas obras convergem na representação da obsessão relacionada ao corpo, seus desejos e fragilidades. Através de metáforas, abordam a hipocondria moderna. Por conta disso, a palavra “Deluxe” soma-se ao título da mostra, como uma forma de ironizar o consumismo e a comercialização dos desejos, dores e doenças.