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outubro 15, 2012
Lapa iluminada por Nina Gazire, Isto é
Lapa iluminada
Matéria de Nina Gazire originalmente publicada na seção de Artes Visuais da Revista Istoé em 11 de outubro de 2012
O músico e artista multimídia Brian Eno concebe composição sonora e visual para espaço público no Rio de Janeiro
Quando você está em um elevador ou na sala do dentista, talvez não saiba, mas aquele som perene, que escuta e associa ao gênero “música ambiente”, foi praticamente inventado pelo compositor Brian Eno nos anos 1970, após passar meses em uma cama, por causa de um acidente de carro. A ambient music, termo em inglês, surgiu quando Eno começou a criar um tipo de música que preenchesse os espaços, mas com a proposta de ser muito mais sentida do que escutada.
Desde o lançamento do álbum “Ambient 1: Music for Airports” – que cunhou o termo –, passaram-se 34 anos. Nesse tempo, Eno fez de tudo um pouco. Produziu álbuns de bandas como U2, Devo e Coldplay e também pesquisou continuamente sobre a relação entre som e luz, criando instalações multimídia que sempre tiveram como sustentação a ambient music e arte generativa – processo de criação cujo resultado final tende a ser imprevisível, randômico e que é sempre feito por meio de um sistema autônomo, como, por exemplo, um programa de computador.
De sexta-feira 19 a sábado 21, Brian Eno participa do Festival “OiR-Outras Ideias para o Rio”, realizado na capital fluminense, apresentando um exemplo recente de sua arte generativa. A obra “77 Milhões de Pinturas” é um software capaz de gerar 77 milhões de composições aleatórias a partir de imagens e músicas projetadas, e que dão a ideia “de uma espécie de pintura ligeiramente móvel devida ao ritmo lento com o qual as imagens e os sons são gerados”, como disse em entrevista, por telefone, à IstoÉ.
O trabalho, que até então havia sido apresentado apenas em ambientes fechados, ganhou uma nova adaptação ao ser transformado em intervenção urbana, já que será projetado durante as noites nos Arcos da Lapa. O artista também está lançando um novo álbum denominado “LUX” – seu primeiro disco solo desde 2005 – em continuação a “Ambient 1: Music for Airports” e “Discreet Music”,
de 1975. Nina Gazire