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setembro 13, 2012
Troca de comando atingirá segundo escalão da pasta por Matheus Magenta, Folha de S. Paulo
Troca de comando atingirá segundo escalão da pasta
Matéria de Matheus Magenta originalmente publicada na Ilustrada do jornal Folha de S. Paulo em 13 de setembro de 2012
A troca de ministra da Cultura deve gerar ampla dança das cadeiras no segundo escalão da pasta, semelhante à que houve quando Juca Ferreira (então PV) deu lugar a Ana de Hollanda em 2011.
Em 2003, quando Gilberto Gil (PV) assumiu a pasta, no governo Lula, petistas diretamente envolvidos no programa cultural do partido, como Antonio Grassi e Sérgio Mamberti, se tornaram opositores dentro do próprio MinC.
Foram esses mesmos divergentes que ocuparam postos importantes na gestão Ana de Hollanda e que agora lutam para continuar nos cargos.
Além de Grassi, hoje à frente da Funarte, e de Mamberti, secretário de Políticas Culturais, podem deixar o MinC o secretário-executivo da pasta, Vitor Ortiz, o secretário de Articulação Instituicional, Roberto Peixe, e o presidente da Fundação Biblioteca Nacional, Galeno Amorim.
Nos bastidores, a chegada de Marta ao MinC fortaleceu a possível volta de nomes como o do ator Celso Frateschi, que foi secretário de cultura durante a gestão dela na Prefeitura de São Paulo (2001-2004) e comandou a Funarte até 2008 -deixou o cargo sob críticas de autoritarismo.
Ele diz que sofreu resistência por ter diminuído a centralização das ações no eixo Rio-SP e acabado com "uma indústria de favorecimento" que funcionava no órgão.
Outros nomes cotados para compor o novo ministério são Gustavo Vidigal, que foi secretário-executivo-adjunto na gestão Juca e trabalhou com Marta, e o produtor Alexandre Youssef, coordenador de juventude durante a gestão municipal da petista.
Marco Aurélio Garcia, assessor especial da Presidência da República para assuntos internacionais, e o deputado federal Paulo Teixeira são vistos como futuras eminências pardas do MinC.
A briga deve ser forte também pelo comando do Iphan (Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), cujo orçamento foi reforçado com o PAC das Cidades Históricas, e da Ancine (Agência Nacional do Cinema), responsável por gerir a nova lei da TV paga e o financiamento do desenvolvimento da indústria audiovisual do país (embora o estatuto da agência só permita mudanças em 2013).
Mamberti afirmou que a transição deverá ser pacífica.
"Todos nós, numa aceitação de mudança, colocamos nossos cargos à disposição da nova ministra. Essa é a posição dos secretários. A gente está passando as informações no sentido de que não haja relação traumática."
Colaborou ANNA VIRGINIA BALLOUSSIER, de São Paulo