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agosto 28, 2012
Arte contemporânea enfeita muros da Capital, Diário do Nordeste
Arte contemporânea enfeita muros da Capital
Matéria originalmente publicada no caderno Cidades do jornal Diário do Nordeste em 27 de agosto de 2012.
Na 2ª edição, o projeto "Muros: Territórios Compartilhados" traz a Fortaleza artistas de todo o Brasil
Até a próxima sexta-feira (31), os muros da cidade de Fortaleza deixarão de ser meras barreiras físicas e irão se transformar em palco para diversas performances e intervenções urbanas que unem arte contemporânea, criatividade e reflexão.
No Centro, um dos muros recebeu a instalação de "olhos mágicos", por onde as pessoas podem ver o que se passa do outro lado da parede FOTO: TUNO VIEIRA
Em sua segunda edição, o projeto "Muros: Territórios Compartilhados" traz à Capital cearense artistas de todo o Brasil com a proposta de levar às ruas manifestações artísticas que utilizam os muros como cenário e discutir a relação entre a Capital e as fronteiras que separam espaços públicos e privados.
"A cidade, agora, é um corredor. Você anda nas ruas entre muros. O que nós queremos é causar uma reflexão sobre os lugares em que se pode entrar e para quem a cidade está sendo construída", explica o coordenador do projeto, Bruno Vilela.
Oito propostas foram selecionadas para participar da iniciativa com trabalhos de escultura, desenho, instalações e performances. Os responsáveis pelas obras são artistas, estudantes e coletivos escolhidos entre cerca de 70 projetos inscritos em um edital lançado pelo Banco do Nordeste do Brasil (BNB).
Diálogo
No Centro de Fortaleza, um dos muros recebeu a instalação de "olhos mágicos", por onde os transeuntes podem ver o que se passa além dos limites de concreto. Outro trabalho já realizado foi um leilão com obras vendidas pelo preço mínimo de R$ 1,99.
Segundo Bruno, os lugares foram determinados pelos próprios artistas, que, com base em pesquisas prévias, analisaram onde seu trabalhos se adequavam. "Uma das propostas do muro é tentar estabelecer esse diálogo com o local onde as intervenções vão ser feitas. O artista tem de pensar porque estão fazendo esse trabalho naquele lugar, em qual contexto ele se insere e se faz sentido ou não ali", destaca o coordenador.
A partir da escolha do local, foi feita a negociação da utilização dos muros com os moradores, processo que, algumas vezes, acabou modificando algumas propostas. "Dependendo do lugar que o artista escolhe, as pessoas podem não querer atender. A gente vê como as dinâmicas da cidade permitem a realização desse trabalho", destacou Bruno Vilela.
Conforme o organizador do projeto, todos esses trabalhos estão sendo documentados, e o resultado final deverá ser lançado, no final deste ano, durante um seminário que será realizado com a presença de curadores e artistas participantes do projeto. O evento será aberto ao público, no entanto, ainda não tem existe definida.