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agosto 14, 2012
Acervo de Bispo do Rosário deve ir para novo prédio, mas não há verba por Silas Martí, Folha de S. Paulo
Acervo de Bispo do Rosário deve ir para novo prédio, mas não há verba
Matéria de Silas Martí originalmente publicada na Ilustrada do jornal Folha de S. Paulo em 14 de agosto de 2012.
Quase toda a obra de Arthur Bispo do Rosário foi feita usando materiais precários, uma arte do improviso em que tudo, dos lençóis aos uniformes do hospital psiquiátrico, era reaproveitado como tecido e linha colorida.
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Só isso já torna as peças vulneráveis, mas o fato de estarem todas embrulhadas em papel numa sala sem sistema anti-incêndio e possível alvo de cupins também agrava a situação de risco do acervo.
"Tem certos objetos que daqui a pouco não teremos como recuperar", diz Elisabeth Grillo, uma das restauradoras da obra de Bispo. "Fico preocupada com os plásticos duros. Algumas peças de madeira tinham infestação de cupins, com a estrutura já comprometida. Entrei nesse trabalho com receio."
Enquanto são restauradas e chamam cada vez mais a atenção do circuito, essas obras também passam por uma valorização inédita. Só o conjunto delas que estará na Bienal de São Paulo está avaliado em R$ 24 milhões.
Mesmo com a importância do artista hoje consensual, gestores do Museu Bispo do Rosário, que só tem três funcionários e ocupa uma sala na administração da Colônia Juliano Moreira, não conseguiram garantir recursos para a mudança do museu para um novo prédio, também dentro do complexo.
Financiado pela secretaria municipal de Saúde do Rio, o museu deveria passar para um edifício que precisa de reformas. Falta reconstruir o telhado, as paredes e toda a infraestrutura do imóvel --obra de R$ 4 milhões. Também não há recursos para erguer uma nova reserva técnica.