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junho 29, 2012
Artista de São Paulo constrói obra labiríntica em museu no Pátio de São Pedro, www.diariodepernambuco.com.br
Artista de São Paulo constrói obra labiríntica em museu no Pátio de São Pedro
Matéria originalmente publicada no caderno Viver no jornal Diário de Pernambuco em 28 de junho de 2012.
Rodrigo Sassi passou o mês no Recife para construir Ponto para Fuga
O artista paulistano Rodrigo Sassi, que mora em São Paulo e viveu uma temporada em Londres, passou o mês de junho no Recife para produzir um traalho especialmente para o museu Mamam no Pátio (unidade do Museu de Arte Moderna Aloisio Magalhães no Pátio de São Pedro). O resultado da residência artística será apresentado nesta sexta, às 18h, mas a obra fica em cartaz no local até o dia 25 de agosto, de terça a sábado.
Sassi construiu estruturas que se adaptam à parede do museu e modificam o espaço. É uma espécie de escultura suspensa, que cria um labirinto visual formado por caminhos curvos. O título da exposição é Ponto para Fuga.
Lei texto sobre a obra escrito pela curadora e crítica de arte Maria do Carmo Nino:
PONTO PRA FUGA do artista plástico paulista Rodrigo Sassi se insere nas suas últimas pesquisas empreendidas em confronto com o espaço expositivo. Instalação ou escultura? Por que não os dois? Afinal a obra no seu próprio título ao assimilar termos que podem ser percebidos como opostos como convergência (ponto) e divergência (fuga) sugere uma associação de opostos apontando para a vontade do artista de que seu trabalho não seja percebido dentro de uma perspectiva restritiva.
Rodrigo faz um uso imaginativo de técnicas industriais e de certos materiais de construção que ele re-aproveita do próprio cenário urbano: compensado plástico recuperado que é moldado ao espaço em formas monumentais porém simples, em seguida abrigando o concreto que nele se insere. A explicitação do processo está muito presente no resultado final e seu espectador é eleito como partícipe desta experiência.
Há uma cadência evocativa da tradição construtivista que me parece muito musical no seu trabalho, mesmo após ter equilibrado mais as sinuosidades das obras anteriores com as linhas mais retas atuais. A obra parte de um vértice e projeta-se penetrando o espaço desenhando - o e animando-o, e tirando partido de estímulos diretos como a variação com a luz ambiente, com as percepções advindas das tensões gravitacionais, do jogo de contrastes ativados entre formas angulares e curvas, onde o artista parece afirmar continuamente o caráter experimental da arte e do estímulo ao nosso olhar em transformação no espaço.
Maria do Carmo Nino