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junho 29, 2012
SP-Arte negociou ao menos R$ 49 mi, calcula Fazenda por Silas Martí, Folha de S. Paulo
SP-Arte negociou ao menos R$ 49 mi, calcula Fazenda
Matéria de Silas Martí originalmente publicada no caderno Ilustrada no jornal Folha de S. Paulo em 28 de junho de 2012.
Valor corresponde a transações de 24 das 110 galerias da feira, que tiveram isenção do ICMS em suas vendas
Diretora da feira diz que dado reflete parte dos negócios e que não se 'surpreenderia' com vendas de R$ 200 mi
Um levantamento da Secretaria da Fazenda paulista, feito a pedido da Folha, mostrou que a última edição da feira SP-Arte, realizada em maio em São Paulo, registrou vendas de R$ 49 milhões em transações declaradas por 24 de suas 110 galerias.
Esse é o primeiro dado concreto do volume de vendas da feira, já que a SP-Arte, que neste ano teve isenção de ICMS sobre suas vendas, não divulgou um balanço final.
Só esse valor, de R$ 49 milhões, já sugere um aumento do faturamento em relação a 2011, quando galerias disseram vender R$ 40 milhões. Mas esse dado é uma estimativa das galerias, não comprovado pela Fazenda, uma vez que não houve benefício fiscal na edição anterior.
O volume de transações calculado agora pela Fazenda reflete só as vendas de 24 das galerias que tiveram desconto tributário. Nem todas as 110 participantes tiveram o benefício, concedido só às casas do Estado de São Paulo e a galerias estrangeiras.
Isso significa que os R$ 49 milhões registrados pela Fazenda respondem pelas transações de 22% das galerias da feira. Se as demais casas realizaram vendas em patamar semelhante, o faturamento total da SP-Arte pode ter chegado a R$ 245 milhões.
"Não me surpreenderia se as vendas tivessem passado de R$ 200 milhões", diz Fernanda Feitosa, diretora da SP-Arte. "É um 'feeling' do tamanho desse mercado, mas não há estudo sobre isso."
Nas contas de Feitosa, o mercado de arte nacional movimenta cerca de R$ 1 bilhão por ano. Levando em conta que as maiores galerias do país afirmam faturar até 30% de seus lucros anuais durante a SP-Arte, Feitosa acredita que o volume de vendas da feira pode responder por até 30% do total das transações.
"É uma coisa muito informal, não tem nenhum cálculo", diz Eliana Finkelstein, presidente da Associação Brasileira de Arte Contemporânea e sócia da galeria Vermelho. "Eu, sentada com uns amigos num boteco, calculei que a feira pode ter chegado a uns R$ 150 milhões."
Diante do balanço de R$ 120 milhões divulgado no ano passado pela ArtRio, feira carioca concorrente da SP-Arte, os números são importantes para avaliar as dimensões do mercado de arte nacional.
Marcada para setembro, a ArtRio deste ano prevê movimentar até R$ 150 milhões.
Procurada pela Folha, a Secretaria da Fazenda fluminense não confirmou valores nem pôde levantar o total das vendas declaradas no ano passado pela ArtRio até o fechamento desta edição.