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maio 11, 2012
Semana da feira tem 25 aberturas de mostras em SP por Silas Martí, Folha de S. Paulo
Semana da feira tem 25 aberturas de mostras em SP
Matéria de Silas Marti originalmente publicada na Ilustrada do jorna Folha de S. Paulo em 9 de maio de 2012.
Enquanto a SP-Arte espera atrair até 20 mil pessoas ao pavilhão da Bienal, no Ibirapuera, em São Paulo, galerias paulistanas aproveitam a leva de visitantes à cidade para expor seus artistas mais badalados ou aqueles que querem emplacar agora.
Ontem à noite, pelo menos 16 espaços abririam mostras para convidados, criando um congestionamento artístico entre Vila Madalena, Pinheiros e Jardins. Neste sábado, estão programadas pelo menos mais nove mostras, entre elas a individual do britânico Antony Gormley no Centro Cultural Banco do Brasil.
No meio dessa avalanche, uma tendência começa a despontar. Além das individuais de artistas como Janaína Tschäpe, na Fortes Vilaça, ou Edgard de Souza, na Luisa Strina, galerias como Luciana Brito e Raquel Arnaud apostam em coletivas de artistas que não representam.
São mostras chanceladas por curadores de peso no circuito global que ajudam a alavancar o prestígio de seus espaços, além de servir de termômetro para o interesse do mercado local por artistas estrangeiros, em sua maioria, difíceis de emplacar por aqui.
Rina Carvajal, que foi uma das curadoras da última Bienal de São Paulo e chefiava o Museu de Arte de Miami, assina uma grande mostra desse tipo na Luciana Brito.
Seu truque foi escolher, no repertório de estrangeiros -como a norte-americana Trisha Brown, a francesa Marine Hugonnier, o esloveno Tobias Putrih e o mexicano Mario García Torres-, obras que flertassem com a abstração geométrica que virou sinônimo da arte brasileira.
"É interessante fazer no Brasil uma exposição sobre abstração geométrica que não fale do Brasil", disse Carvajal à Folha. "Vejo que o mercado e a curadoria aqui estão mais cosmopolitas. É a primeira vez que monto uma exposição numa galeria."
Na mesma pegada, o curador italiano Jacopo Crivelli Visconti preparou uma série de quatro exposições coletivas. Uma delas começa hoje na galeria Raquel Arnaud.
Estão lá obras da norte-americana Lisa Tan, do cipriota Haris Epaminonda e do alemão Felix Gmelin. Todos abordam questões de serialização e repetição em suas obras.
"Essa mostra é uma abertura em relação à coisa canônica das galerias", diz Crivelli Visconti. "Você não espera ver uma galeria testando os limites da curadoria."