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maio 4, 2012
Rodolfo Mesquita exibe novas pinturas na Amparo 60 por Eugênia Bezerra, Jornal do Commercio
Rodolfo Mesquita exibe novas pinturas na Amparo 60
Matéria por Eguênia Bezerra originalmente publicada no Caderno C do Jornal do Commercio em 3 de maio de 2012.
A mostra, que tem curadoria de Clarissa Diniz, é a primeira individual do artista após nove anos
Rodolfo Mesquita é apontado como um dos melhores desenhistas de sua geração. Seu traço e suas figuras grotescas, trafegando entre o ridículo e o trágico, são marcantes e reconhecíveis num rápido relance. Artista avesso às badalações, ele volta a realizar uma exposição individual na Amparo 60 depois um hiato de nove anos - a última mostra foi Desenhos urgentes, em 2003. Nesta sua volta à galeria do Pina, Rodolfo aparece com pinturas sobre papel e MDF, a maioria realizadas entre 2009 e 2011. O vernissage acontece nesta quinta-feira (3/5), às 20h.
"Neste período entre 2003 e 2012, a obra de Rodolfo tem passado por algumas transformações. Um dos aspectos que me chamou a atenção foi a saída do texto. Antes havia vários tipos de textos, desde uma espécie de diagrama em que ele apontava coisas nas telas", afirma a curadora Clarissa Diniz, que já trabalhou com obras de Rodolfo em outra ocasião (a mostra Encarar-se aconteceu no Museu Murillo La Greca, em 2008, com pinturas dele e desenhos de Fernando Peres).
Clarissa avalia em seu texto curatorial que "o desaparecimento dos textos que ofereciam chaves de leitura de caráter habitualmente crítico e social; a paulatina ênfase sobre situações eminentemente corriqueiras (e, portanto, menos narrativas e/ou épicas); o surgimento de personagens menos socialmente demarcados (tantas vezes lidos como ‘idiotas’, mas, fundamentalmente, equivalendo a ‘qualquer um’); o crescente protagonismo do fundo diante da figura e, com isso, a complexificação da espacialidade na obra do artista são aspectos que evidenciam sua transformação. De modo geral, o artista esgota seus personagens e suas narrativas que, assim, diariamente desgarrados socialmente, tornam-se por outro lado, cada dia mais políticos".
Observando estas figuras pintadas nos últimos tempos por Rodolfo nota-se realmente que, mesmo não estando mais tão "socialmente demarcadas", elas não perderam sua expressividade. "Alguns faziam tipos. Desta vez botei uns peões, mas acho que são quase abstratos", afirma o artista, citando os seres representados em uma grande tela vertical exposta na Amparo 60. A cena lembra uma construção, mas com uma parte já desmoronando.
"Não queria cair também em algo muito abstrato, porque acho que desenhar e pintar já é uma abstração, é uma tremenda mediação", afirma o artista plástico. "São figuras agindo, fazendo qualquer coisa, não importa o quê", explica.
A matéria completa está no Caderno C desta quinta-feira (3/5), no Jornal do Commercio.