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abril 24, 2012
Tate Modern abre novo espaço para artes performativas, por Cláudia Carvalho
Tate Modern abre novo espaço para artes performativas
Matéria por Cláudia Carvalho originalmente publicada Jornal Público de Portugal em 24 de abril de 2012.
A Tate Modern, em Londres, continua a inovar e a provar por que é que é uma das instituições de arte contemporânea mais importantes. Pela primeira vez, a galeria londrina vai abrir ao público o piso subterrâneo, a antiga sala dos tanques a óleo da central eléctrica, e torná-lo num espaço dedicado à artes performativas e à instalação.
A novidade foi anunciada na segunda-feira por Nicholas Serota, director da Tate Gallery, que integra a Tate Modern, a Tate Britain, a Tate Liverpool e a Tate St. Ives. “A sala dos tanques [nome pelo qual o novo espaço ficará conhecido] vai dar-nos a oportunidade de responder às mudanças das práticas dos artistas, muitos dos quais trabalham agora mais com instalação e outras formas de arte performativa do que há dez ou 15 anos atrás”, escreveu Nicholas Serota em comunicado, acrescentando que com esta inauguração a Tate tornar-se-á na primeira galeria do mundo a ter um espaço permanente para as artes performativas.
A inauguração do espaço está marcada para o dia 18 de Julho, dia em que começará um festival de 15 semanas, que termina em Outubro, como parte da programação paralela aos Jogos Olímpicos.
A programação das 15 semanas ainda não está completa mas sabe-se já que a instituição vai expor pela primeira vez obras adquiridas nos últimos meses. E como o novo espaço foi pensado para as artes performativas estão já confirmados artistas como Ei Arakawa (Japão), Jelili Atiku (Nigéria), Nina Beier (Dinamarca), Tania Bruguera (Cuba), Boris Charmatz (França), Keren Cytter (Israel), Tina Keane (Reino Unido) ou Anne Teresa De Keersmaeker (Bélgica).
“Ao ter este novo espaço podemos oferecer um novo andamento na nossa programação para que a performance, o som, as imagens em movimento e a participação – a arte em acção – tenham tanto peso como outra coisa qualquer”, escreveu no mesmo comunicado Chris Dercon, director da Tate Modern, explicando que “os tanques são um novo tipo de espaço público para a arte”.
“Tornou-se evidente que o nosso público procura novas formas de participação e de relação. As pessoas querem diálogo e discussão e a sala dos tanques vai fazer com que isto aconteça”, afirmou Serota, que na conferência de imprensa explicou que esta é apenas a primeira fase do grande projecto de expansão da Tate Modern, que vai crescer 60%, ou seja, vai ganhar mais 21 mil metros quadrados.
As obras de ampliação, que deverão estar completas em Dezembro de 2016, vão custar à Tate 215 milhões de libras (cerca de 264 milhões de euros), sendo que 75% destes custos foram angariados pela própria instituição. O governo britânico financiou com 50 milhões de libras (61,4 milhões de euros).
O piso subterrâneo da Tate originalmente era a sala dos tanques que alimentavam a central eléctrica, agora ocupada pela galeria. O espaço vai estar aberto até ao dia 28 de Outubro, depois disso voltará a fechar, para que as obras de expansão possam prosseguir.