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abril 2, 2012
Panorama da pintura brasileira, Diário do Nordeste
Panorama da pintura brasileira
Matéria originalmente publicada no Caderno 3 do Diário do Nordeste em 2 de abril de 2012.
Livro explora o cenário contemporâneo da pintura nacional - expressão artística que passa por boa fase
Gênero que entra e sai de voga constantemente, a tradicional pintura vem sendo reinventada no universo da arte contemporânea nos últimos anos. É notório que jovens artistas que vêm escolhendo a tela como seu principal suporte estejam se transformando nas meninas dos olhos de colecionadores, galeristas e críticos encarregados dos principais prêmios de arte do país - como o Pipa, que em sua última edição consagrou a paulistana Tatiana Blass, que tem um forte trabalho em pintura. Nesta onda que se encontra, mais uma vez, em ascensão, Isabel Diegues e Frederico Coelho viram uma boa oportunidade para criar o livro "Pintura brasileira séc. XXI", que acabam de lançar pela editora Cobogó e que traça um panorama da produção pictórica feita hoje no País.
"É importante ficar claro que o livro não é um catálogo e nem tenta ser", sublinha Isabel, editora da Cobogó e organizadora do livro ao lado de Frederico. "Tentamos fazer um apanhado do que está sendo produzido e fizemos uma seleção. A ideia do livro é dar visibilidade a um tipo de produção artística que às vezes fica, por incrível que pareça, à margem da discussão".
Promessas
Apresentados em ordem alfabética, os 33 artistas selecionados variam em idade e notoriedade: nomes consolidados e reverenciados internacionalmente como Adriana Varejão, Beatriz Milhazes e Cristina Canale se misturam a uma nova turma que escolheu a pintura como seu carro-chefe, como a mineira Ana Prata, de 32 anos, o petropolitano Bruno Dunley, de 28, o brasiliense Rodrigo Bivar, de 30, e os paulistas Marina Rheingantz, 29, Renata de Bonis, 28, e Paulo Nimer Pjota, de 24 anos. Todos, porém, já integrados ao mercado e com um caminho muito próprio.
"Não estávamos fazendo um livro para descobrir novos talentos da pintura, não fomos a ateliês garimpar desconhecidos. Procuramos aqueles que já tinham uma caligrafia própria, fosse o estilo que fosse, mas artistas com um trabalho mais maduro, mesmo que alguns deles sejam muito jovens", explica a editora do volume Isabel Diegues.
A seleção dos 33, Isabel admite, foi difícil. Ela e Frederico foram para a rua bater perna por galerias, visitar artistas e conversar com críticos para saber o que estava sendo circulado e falado. Segundo ela, os dois não queriam um livro muito grande, estilo calhamaço. Mas também achavam ruim ter apenas um trabalho de cada artista. Optaram por uma média de cinco a seis obras por pintor, além de inserir, ao final, dois textos de críticos novos, José Bento Ferreira e Tiago Mesquita. O resultado são 306 páginas coloridas, com todo o conteúdo bilíngue - português e inglês.
LIVRO
Pintura Brasileira Séc. XXI
Organização: Frederico Coelho e Isabel Diegues
Cobogó
2012, 308 páginas
R$ 160