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março 23, 2012
Mostra de Giorgio de Chirico em cartaz no Masp, O Estado de São Paulo
Mostra de Giorgio de Chirico em cartaz no Masp
Matéria originalmente publicada no caderno de cultura do jornal O Estado de São Paulo em 22 de março de 2012
A tragédia da serenidade. A expressão, num dos escritos de Giorgio de Chirico (1888-1978), se refere a seus pensamentos sobre a estética metafísica, movimento pelo qual o pintor se inscreveu na história da arte do século 20. "Na construção da cidade, na forma arquitetural das casas, das praças, dos jardins e das paisagens, dos portos, das estações ferroviárias, etc., estão os primeiros fundamentos de uma grande estética metafísica. Os gregos tiveram certo escrúpulo nessas construções, guiados pelo senso estético-filosófico: os pórticos, os passeios sombreados, os terraços erguidos como plateias diante dos grandes espetáculos da natureza", definiu o artista em 1919.
Na década de 1910, o greco-italiano De Chirico começou a pintar suas paisagens urbanas enigmáticas, cidades melancólicas formadas por construções da arquitetura antiga e clássica, das quais emergem sombras e figuras humanas, estátuas ou manequins isolados sempre com o chão quase ocre, a luminosidade do céu em camadas verdes e amarelas. Um criador referencial, o artista tem agora apresentada no Brasil a primeira antologia de sua obra, a mostra De Chirico: O Sentimento da Arquitetura, com 45 pinturas, 11 esculturas e 66 litografias pertencentes à coleção da Fondazione Giorgio e Isa de Chirico, sediada em Roma, na casa onde ele viveu a partir de 1944.
A exposição, primeiramente, foi apresentada na Fundação Iberê Camargo, em Porto Alegre. Com curadoria da arquiteta e crítica italiana Maddalena d?Alfonso, a mostra será, depois, exibida na Casa Fiat, em Belo Horizonte (entre 29 de maio e 29 de julho). Mesmo que reúna obras que o artista executou, especialmente, nas décadas de 60 e 70, a antologia representa, na verdade, todo o seu pensamento artístico - como afirmou a curadora à reportagem por ocasião da exposição em Porto Alegre, De Chirico promoveu uma espécie de "antropofagia" de suas questões durante toda a sua carreira. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo