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março 22, 2012
MAM propõe diálogo entre novas aquisições e acervo por Audrey Fortunato, O Globo
MAM propõe diálogo entre novas aquisições e acervo
Matéria de Audrey Furlaneto originalmente publicada no caderno de Cultura do jornal O Globo em 22 de março de 2012
Mostra alinha 83 obras recém-adquiridas com a exposição permanente do museu
RIO - A exposição das novas aquisições da coleção Gilberto Chateaubriand já é regular no calendário do Museu de Arte Moderna (MAM) do Rio — e, por isso mesmo, um desafio para a curadoria de Luiz Camillo Osorio e Marta Mestre. Nesta edição, que o MAM abre nesta quinta-feira ao público, a dupla propõe que as obras adquiridas entre 2010 e 2012 dialoguem com a exposição permanente do museu.
Os 83 novos trabalhos (a maioria pintura e fotografia) expostos estão divididos em quatro núcleos, os mesmos da mostra permanente, no segundo andar do MAM.
Para o diálogo nos núcleos — geometria, cidade, identidade e corpo —, obras que já pertenciam à coleção entram no chamado Espaço Monumental do museu, agora ocupado pelas novas aquisições. Um Weissmann de 1986 e um Volpi de 1960 guiam, assim, o núcleo "geometria". Os dois são apresentados ao lado de novas aquisições como um múltiplo da artista Claudia Melli.
No núcleo "cidade", um bólide de Hélio Oiticica fica próximo ao porta-fotos "Eu amo camelô" (2009-2010), do Opavivará!, ou a fotos de Gustavo Speridião — ele é o nome mais presente nas novas aquisições.
Em "identidade", "Lindoneia — a Gioconda do subúrbio" (1966), de Rubens Gerchman, divide a parede com Alexandre Mury, que cobre o rosto com fatias de bacon em "Francis Bacon" (2011). Já em "corpo", os artistas são guiados por "Vênus" (1977), de Tunga. Lá, estão os bordados "Me cobre" (2010), de Elisa Castro, e "Veste nu" (2010), de Daniel Toledo, com a foto de um corpo nu impressa numa capa de tecido.
Na mostra, a ideia é expor ao menos uma peça dos 24 artistas que, agora, passam a integrar a coleção Chateaubriand. Há obras de artistas de 24 a 84 anos. Embora a exposição apresente 83 trabalhos, o colecionador comprou quase 190 obras nos últimos dois anos.