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março 19, 2012
Exposição homenageia 20 anos do Museu de Arte Contemporânea do RS por Fábio Prikladnicki, Zero Hora
Exposição homenageia 20 anos do Museu de Arte Contemporânea do RS
Matéria de Fábio Prikladnicki originalmente publicada no Segundo Caderno do jornal Zero Hora em 05 de março de 2012
Cerca de 100 obras de 63 artistas estarão na mostra no Santander Cultural, na Capital
Embora recente, a trajetória da arte contemporânea é de sucesso. Mesmo que ainda sinta certa perplexidade, o público parece disposto a participar desta movimento que aponta, em última análise, para o futuro.
Esta é a constatação que motiva a exposição O Triunfo do Contemporâneo — 20 Anos do Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul, que será inaugurada nesta terça-feira (06) — para convidados – no Santander Cultural, na Capital, e estará aberta para visitação a partir de quarta-feira (07), com entrada franca.
Este ano, o MAC-RS – que funciona na Casa de Cultura Mario Quintana e negocia uma nova sede — completa duas décadas de fundação com a missão de consolidar um acervo de arte recente produzida no Estado e em outras regiões do país. O aniversário também será comemorado a partir de 22 de março com uma mostra documental no Museu de Arte do Rio Grande do Sul (Margs). Uma semana antes, será inaugurada a primeira exposição no próprio MAC-RS este ano.
Com curadoria de Gaudêncio Fidelis, primeiro diretor do MAC e atual diretor do Margs, O Triunfo do Contemporâneo reúne obras de 63 artistas, dos quais 42 são nascidos ou radicados no Estado. São trabalhos do acervo do museu, produzidos desde o final da década de 1980, quase coincidindo com seu ano de fundação (1992). Estão lá nomes de diferentes gerações, como Michael Chapman, Gisela Waetge, Pablo Lobato e Yuri Firmeza.
— Os museus costumam ter medo de colocar em xeque seu prestígio ao fazer escolhas equivocadas na hora de adquirir uma obra. Mas até agora o MAC colecionou o que tinha de colecionar. Não errou. E acho que vai permanecer com essa vocação para o risco — afirma Fidelis.
O curador exemplifica a ousadia citando a obra com diversos materiais sobre madeira criada por Nuno Ramos em 1991 e presente na mostra:
— Naquela época, ele já era um artista de destaque, mas muitos museus evitavam adquirir seus trabalhos por causa dos materiais instáveis.
Um balanço destes 20 anos mostra que o MAC se tornou um "berço, quase uma certidão de nascimento" para muitos artistas, como afirma André Venzon, atual diretor da instituição:
— O MAC-RS tem sido um museu conduzido mais pelos artistas do que por muitos de seus diretores. É a classe artística que faz as doações e se preocupa se os trabalhos estão em bom estado de conservação.
Produzidas em diferentes suportes, da pintura ao vídeo, as cerca de cem obras da mostra estarão dispostas no Santander Cultural nas paredes e em estruturas espalhadas pelo grande hall que remetem ao tradicional cubo branco dos museus. A monumental arquitetura do local vai ampliar simbolicamente o MAC até 22 de abril, quando a exposição será encerrada, e, quem sabe, chamar atenção para a causa da nova sede.