|
março 16, 2012
Retrospectiva do artista Leonilson será aberta nesta sexta por Roger Lerina, Zero Hora
Retrospectiva do artista Leonilson será aberta nesta sexta
Mostra reúne 361 trabalhos do artista cearense
A Fundação Iberê Camargo inaugura a temporada 2012 de grandes exposições trazendo a Porto Alegre a maior retrospectiva já montada de um nome central na arte brasileira contemporânea: José Leonilson (1957 – 1993).
Em cartaz a partir desta sexta-feira, a mostra Leonilson – Sob o Peso dos meus Amores reúne 361 trabalhos do artista cearense que criou uma poética ao mesmo tempo lírica, dolorida e irônica, expressa em pinturas, desenhos, bordados e instalações.
A exposição lança um olhar panorâmico sobre a trajetória do artista – dos primeiros estudos, datados de 1972, até o ano de sua morte, por complicações decorrentes da Aids. Trata-se de uma nova montagem do evento apresentado em São Paulo em 2011, no Itaú Cultural. Em Porto Alegre, Sob o Peso dos meus Amores vai exibir 126 trabalhos inéditos, incluindo um conjunto de ilustrações realizadas entre 1991 e 1993 para a coluna da jornalista Barbara Gancia no jornal Folha de S. Paulo.
– São cem desenhos que comentam o cotidiano da cidade de São Paulo, do país e do mundo de forma irônica e com humor – explica o cocurador Ricardo Resende, também consultor do Projeto Leonilson e diretor-geral do Centro Cultural São Paulo.
Artista que integrou o grupo conhecido como Geração 80, responsável por um vigoroso retorno à pintura na arte brasileira contemporânea, Leonilson participou em 1985 das bienais de São Paulo e Paris. Sua obra ganhou mais projeção internacional especialmente a partir dos anos 1990, migrando de uma pintura com caráter mais violento para manifestações artísticas delicadas e intimistas, expressas em pequenos desenhos, esculturas e bordados.
– Leonilson teve um papel importante na retomada da pintura, mas o que o diferencia de seus colegas de geração é uma escrita confessional, existencial, autobiográfica, que vai imprimir em sua obra de uma forma bastante fluente. Essa projeção do secreto e do confidencial fica mais intensa no final da vida – diz o cocurador e crítico de arte Bitu Cassundé.
A mostra inclui ainda nove agendas de Leonilson – onde ele esboçava suas obras e registrava suas atividades culturais –, digitalizadas e disponíveis ao público em iPads instalados em tótens, e a exibição do filme Com o Oceano Inteiro para Nadar, documentário sobre o artista dirigido por Karen Harley.
– É uma exposição com muitas obras e textos, demorada, que envolve. É para se ver com calma – recomenda Bitu.
Saiba mais sobre a exposição na Agenda de Eventos