|
fevereiro 22, 2012
Artistas plásticos do Rio lançam museu virtual de cartões-postais por Agência Brasil, Jornal do Commercio
Artistas plásticos do Rio lançam museu virtual de cartões-postais
Matéria da Agência Brasil originalmente publicada no caderno Cultura do Jornal do Commercio em 22 de fevereiro de 2012.
Museu de Arte Postal (MAP), lançado este mês, tem como proposta fazer a arte postal circular pela rede e difundir o colecionismo
BRASÍLIA - A iniciativa de um grupo de artistas plásticos do Rio de Janeiro revive, em plena era virtual, uma forma de difundir a arte que remete às primeiras décadas do século 20: os cartões-postais. Artistas ligados aos movimentos futurista e dadaísta foram os precursores dessa experiência estética. Mais tarde, ela foi a saída encontrada para a arte em países sob regimes ditatoriais, em que as galerias e os espaços culturais eram fechados aos artistas dissidentes.
O Museu de Arte Postal, lançado este mês na internet (www.museudeartepostal.com.br), tem como proposta básica fazer a arte circular na rede mundial de computadores, e, ao mesmo tempo, difundir o colecionismo em público que não tem poder aquisitivo para comprar obras no mercado de arte. Cada edição com quatro postais, numerados e assinados, pode ser adquirida por R$ 20.
“O preço não objetiva o lucro, apenas cobre os gastos com a impressão”, afirma o artista plástico Marco Antonio Portela, criador do projeto. “Pretendemos estimular o colecionismo, mas nosso intuito básico é fazer a arte circular, seja fisicamente, por quem adquirir as obras, ou virtualmente, na rede mundial de computadores”, acrescenta.
Para Portela, a iniciativa também representa um resgate do cartão-postal como forma de comunicação entre as pessoas, “em uma época, como a atual, em que a virtualidade acabou sufocando a correspondência tradicional, pelo correio”. Ele considera uma obra de arte impressa em cartão-postal tão válida como as produzidas em suportes tradicionais, em telas, por exemplo. “Estamos na pós-modernidade. Qualquer coisa hoje é o suporte. Não existe mais essa obrigatoriedade da tinta, da prata. Se o artista aceita sua obra impressa em gráfica sob a forma de postal e assina, isso é o que vale”, defende.
O Museu de Arte Postal está na rede com obras de quatro artistas: Rogério Reis, Carolina Valansi, Suzana Queiroga e Gustavo Speridião. A cada dois meses, o acervo virtual será enriquecido com obras de mais quatro artistas. Os próximos, em abril, serão Bob N, Vicente de Mello, Luiz Ernesto e Julia Debasse.