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fevereiro 2, 2012
Museu de Arte Contemporânea é reaberto no parque do Ibirapuera por Augusto Gomes, portal iG São Paulo
Museu de Arte Contemporânea é reaberto no parque do Ibirapuera
Matéria de Augusto Gomes originalmente publicada no caderno de cultura do portal IG São Paulo em 28 de janeiro de 2012.
Térreo do antigo Detran recebe exposição com 18 esculturas; até outubro, restante do prédio será ocupado
O Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC) inaugura neste sábado (dia 28) sua nova sede. O edifício fica em frente ao parque do Ibirapuera e, até 2009, era ocupado pelo Departamento de Trânsito do Estado (Detran).
Por enquanto, apenas o piso térreo estará aberto à visitação. O espaço receberá a exposição "O Tridimensional no Acervo do MAC: Uma Antologia", que reúne 18 esculturas produzidas entre 1947 e 1997.
Ao longo do ano, o restante do edifício será ocupado. "Devemos inaugurar mais três mostras no final de abril ou começo de maio. Depois, mais três em julho, duas em agosto e duas em outubro", explica ao iG o diretor do MAC, Tadeu Chiarelli.
Até então, o museu se dividia em duas sedes: um espaço no terceiro andar do prédio da Bienal, no parque do Ibirapuera, e um edifício no campus da Universidade de São Paulo (USP), no Butantã.
Segundo Chiarelli, a área no prédio da Bienal será desocupada. "Esperamos transferir algumas das obras para a USP e para cá até o final desse ano ou começo do ano que vem", diz.
A área será então devolvido à Prefeitura de São Paulo, que é a proprietária do prédio e cede o espaço ao MAC e à Fundação Bienal. "Acredito que a Bienal ocupe aquele espaço", afirma Chiarelli.
Depois, será a vez de a sede na USP passar por uma reforma, prevista para 2013 ou 2014. "O MAC é um museu universitário. Ou seja, os curadores são docentes também. Por isso, estamos chamando o prédio da USP de MAC acadêmico", explica.
"Na Cidade Universitária ficarão arquivo, biblioteca e salas de aula para as atividades acadêmicas", diz. "Aqui no Ibirapuera vamos concentrar acervo, exposições, debates, os cursos voltados para a população mais ampla."
Segundo o governo de São Paulo, a reforma do prédio custou R$ 76 milhões. O custo foi bancado pela Secretaria de Estado da Cultura. Mas, a partir da inauguração, a responsabilidade ficará a cargo da Universidade de São Paulo.
Por ser a primeira mostra da nova sede, "O Tridimensional no Acervo do MAC" funciona como uma introdução ao acervo do museu. "Nós temos uma coleção importante de arte moderna, mas somos um museu de arte contemporânea", ressalta.
"Existe um preconceito em relação à arte contemporânea. Esse discurso de 'isso eu não entendo'", afirma. "Então a ideia é fazer uma exposição em que as questões que definem arte contemporânea sejam apresentadas por meio de poucas obras."
"Não queremos que o museu seja simplesmente um espaço de lazer. Essa exposição não é qualquer exposição", diz. "Ela tem uma lógica interna, que tentamos traduzir de uma maneira que as pessoas possam entender."
"Agora, o exercício de compreensão da arte é também um esforço do espectador. Não é de mão beijada", afirma Chiarelli. "Se você quer aprender matemática, tem que estudar, não é? Se quer entender um fenômeno cultural, também tem que ter disposição."
Raridade
Entre as obras desta primeira exposição, Chiarelli destaca algumas "pela raridade". É o caso de "Figura Reclinada em Duas Peças: Pontos", do britânico Henry Moore.
Ele conta que o MAC conseguiu a obra por meio de uma troca com a Tate Gallery, de Londres. "Eles eram loucos por uma escultura do artista italiano Umberto Boccioni que nós temos", conta.
O MAC tem não apenas um exemplar em bronze da obra, como também a matriz em gesso que permite a produção de cópias. A Tate, em compensação, tinha a matriz da escultura de Moore.
"Foi um escambo. O MAC permitiu que fosse feito um exemplar do Umberto Boccioni para eles e eles fizeram um exemplar do Henry Moore para a gente", revela Chiarelli.
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