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janeiro 27, 2012
Fábio Cimino trabalha - entre charutos e perucas - para deixar a arte mais pop por Marina Vaz, O Estado de S. Paulo
Fábio Cimino trabalha - entre charutos e perucas - para deixar a arte mais pop
Matéria de Marina Vaz originalmente publicada no caderno de cultura do jornal O Estado de S. Paulo em 27 de janeiro de 2012.
Sim. Ele tem peruca, chapéu, óculos, boné, charuto, cachorros e a galeria de arte mais pop da cidade: a Zipper
Depois de pensar por alguns segundos, Fábio Cimino diz, seguro: "Chacrinha". A pergunta, feita ao sócio da Zipper Galeria, era por qual artista ele gostaria de ser retratado. Resposta incomum, por não citar um pintor ou desenhista. E inesperada, por vir de um marchand com 27 anos de experiência.
Coisa de quem não quer que as artes fi quem restritas a um nicho. E de quem também não se restringiu. Há dois anos, trocou uma galeria consolidada (a Brito Cimino) pelo incerto terreno de investir em jovens artistas. Largou uma vaca leiteira, com lucro garantido, pelo prazer de ver uma vaquinha começar a produzir, como definiu seu único filho, Lucas, de 23 anos, que trabalha com ele.
Aos 49 anos, Fábio se reinventou. Cercou-se de uma "molecada" (seus funcionários têm todos menos de 30 anos) para criar uma galeria de artistas jovens, feita por jovens, para jovens compradores. Não quis que ela fosse fria, sisuda. Nem intimidadora. Quis um ambiente com paredes e móveis coloridos, plantas, jardins - "coisas que as pessoas teriam em casa". E, para isso, chamou o arquiteto Marcelo Rosembaum, tão pop quanto é hoje a Zipper. Desde sua inauguração, em setembro de 2010, a Zipper já lançou cerca de 20 artistas, como Estela Sokol, Felipe Morozini e Carolina Ponte. Com obras na faixa dos R$ 10 mil, ela compensa, na quantidade de vendas, seus preços mais acessíveis: chega a vender 50 trabalhos por mês.
Assim como quer que as pessoas tenham uma relação mais próxima com a arte, Fábio também não tem dificuldade de se aproximar delas. E de falar sobre suas histórias, suas limitações, seus sucessos, suas dores. Em seis encontros, desde dezembro, abriu sua casa, sua rotina, sua roda de amigos ao Divirta-se.