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dezembro 5, 2011
"Em Nome dos Artistas" acaba com público frustrante por Silas Martí, Folha de S. Paulo
"Em Nome dos Artistas" acaba com público frustrante
Matéria de Silas Martí originalmente publicada na Ilustrada da Folha de S. Paulo em 5 de dezembro de 2011.
Exposição, que celebrava 60 anos da Bienal e tinha entradas a R$ 20, recebeu menos de 100 mil visitantes
Mostra teve porte e duração semelhantes aos da última Bienal, que era gratuita e levou 530 mil ao Ibirapuera
Terminou ontem com cerca de 93 mil visitantes a mostra "Em Nome dos Artistas", que homenageou os 60 anos da Bienal de São Paulo com trabalhos de artistas norte-americanos do acervo do museu Astrup Fearnley, de Oslo.
Comparado aos números da última edição da Bienal de São Paulo, que recebeu 530 mil espectadores e teve a mesma duração, o público da exposição decepcionou a direção da Fundação Bienal.
Segundo a Folha apurou, Heitor Martins, presidente da fundação, já havia advertido conselheiros de que esses números seriam baixos.
Esse quadro se agrava diante do fato de que mais de 50 mil visitas foram via programa educativo.
Um dos motivos apontados pelo baixo público foi o fato de a mostra ter ingressos vendidos a R$ 20, ao contrário das últimas edições da Bienal, com entrada gratuita.
"Em Nome dos Artistas" estreou no fim de setembro com entrada franca apenas aos domingos. Tentando aumentar o público da mostra, a Fundação Bienal estendeu a gratuidade aos sábados.
"Não devemos fazer julgamento, o número é o que ele é, não dá para ler muito além disso", relativizou Martins em entrevista à Folha. "É o que uma mostra intermediária [entre edições da Bienal] pode ambicionar."
Martins disse ainda que a exposição com entradas a R$ 20 serviu de teste para averiguar se futuras edições da Bienal de São Paulo poderiam vir a cobrar ingresso.
"Essa experiência nos mostrou que a política de mostras gratuitas faz mais sentido", afirmou Martins. "O público busca o dia gratuito, e a receita adicional que geramos com bilheteria não é muito relevante."
Apesar do público que deixou a desejar, Martins disse que a exposição serviu para fortalecer o programa educativo da Bienal de São Paulo, que vem operando em caráter permanente desde a última edição da mostra.