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outubro 21, 2011
Gabriela Mendes faz performance nesta sexta, misturando miçangas, areia colorida e projeções por Fabiano Moreira, O Globo
Gabriela Mendes faz performance nesta sexta, misturando miçangas, areia colorida e projeções
Matéria de Fabiano Moreira originalmente publicada na seção de Cultura do jornal O Globo em 21 de outubro de 2011.
Meio roots, meio tecnológico, algo entre o natural e o digital, como explica a própria artista, o trabalho de Gabriela Mendes mistura areia colorida a live P.A., sonoplastia minimalista e projeções de vídeo em tempo real. Pé no chão e plug na tomada.
- É como se fossem várias camadas, um mesmo pensamento de explosão, cor, movimento e transformação - explica ela, sobre a performance "Explosões", que apresenta nesta sexta, a partir das 19h, no Ateliê da Imagem.
Gabriela começou a trabalhar dessa forma em 2004, quando morava em Pequim, e descobriu as miçangas coloridas, dessas usadas em guias de candomblé.
- As miçangas reverberam, fazem barulho, batem no chão e saltam. Já a areia colorida é mais relacionada à nuvem e ao etéreo - diz Gabriela. - Na performance, vou trabalhar com os dois materiais, jogando essas cores no ar, observando sua flutuação momentânea e sua sedimentação no chão.
Enquanto Gabriela espalha suas nuvens de miçangas e areia colorida no ar, uma equipe mostra o lado transcultural e contemporâneo do projeto. Nado Leal faz um live P.A. usando alguns sons de miçangas pipocando, captados por Júlio Lobato, enquanto Pedro Meyer fotografa, e Daniel Chiavas comanda duas câmeras, uma delas sobre um tripé tipo girafa, altíssimo. As imagens serão projetadas em tempo real, "como se me olhassem de cima manipulando as nuvens", conta Gabriela.
A performance acontece durante a abertura da exposição "Tempo futuro/futuro do tempo", com obras de vídeo e fotografia de Ana Angelica Costa, Claudia Hersz, Claudia Tavares, Eduardo Delfim, Joana Traub Czekö, Keyla Sobral, Luiza Baldan, Rebeca Rasel, Renata Ursaia, Tom Lisboa e Patricia Gouvêa.