|
setembro 14, 2011
Leveza do aço por Ana Clara Brant, O Estado de Minas
Leveza do aço
Matéria de Ana Clara Brant originalmente publicada na seção de Cultura do Jornal O Estado de Minas em 30 de agosto de 2011.
Mineira radicada no Rio de Janeiro, Iole de Freitas abre mostra de esculturas hoje na Galeria Murilo de Castro, na Savassi. Boa parte das obras é cheia de curvas. Artista reforça as cores
A artista plástica mineira Iole de Freitas é considerada uma das mais importantes escultoras contemporâneas do Brasil. Nasceu em Belo Horizonte, porém, mudou-se pequena para o Rio de Janeiro, onde se formou em desenho industrial. Logo ganhou o mundo e acabou estudando e expondo em galerias importantes de vários países como Itália, Alemanha, Estados Unidos e Áustria. Mas nem por isso a terra natal deixa de estar no roteiro de suas obras de arte.
Hoje à noite, terá abertura a exposição Esculturas de Iole de Freitas, na Galeria Murilo Castro, na Savassi, que reúne nove peças inéditas da artista, sendo cinco de tela de aço. “Morei pouco tempo em BH, mas costumava visitar muito a cidade na minha infância. Depois, a capital acabou fazendo parte do meu circuito de trabalho, onde já participei de várias mostras importantes, como no Museu de Arte da Pampulha, fora as minhas obras que integram o acervo de colecionadores mineiros”, revela.
As peças — boa parte delas cheia de curvas —, que vão ficar expostas até 24 de setembro em BH, foram produzidas com materiais dos quais Iole gosta bastante e já está acostumada, como o aço, o ferro, o cobre e, principalmente, o policarbonato, um polímero termoplástico muito utilizado em fibras de vidro e embalagens. “Com os metais já trabalho desde o começo da década de 1980. Com o policarbonato comecei quando fui convidada para fazer uma instalação externa. É um material altamente resistente e tem essa questão da transparência, das cores translúcidas, já que estou com muitas peças coloridas”, frisa. Algumas das esculturas remetem a grandes instalações de Iole de Freitas e, por isso, ganharam formatos menores para a mostra na Galeria Murilo Castro.
Trajetória Iole se formou no Rio e em seguida se transferiu para Milão, Itália, onde trabalhou no Corporate Image Studio da Olivetti, sob a orientação do arquiteto Hans von Klier. Lá começou seus experimentos em artes plásticas e expôs os primeiros trabalhos. Viveu durante toda a década de 1970 na Europa e retornou ao Brasil nos anos 1980, onde deu aulas de escultura contemporânea na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, no Rio de Janeiro, e na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Atualmente, vive no Rio e suas instalações são expostas em todo o mundo.