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setembro 6, 2011
Obra de Richard Serra apagada no Centro de Artes Helio Oiticica - RJ
Carta de Fabiana Éboli Santos enviada ao governo da cidade do Rio de Janeiro com cópia para o Canal Contemporâneo.
Prezados Secretário Municipal de Cultura e diretora do Centro de Artes Helio Oiticica
Solicito informações sobre o processo de restauro a que está sendo submetida a obra do artista Richard Serra (foto anexa) doada ao centro Municipal de Artes Helio Oiticica/Prefeitura do Rio de Janeiro e aos cidadãos cariocas, por ocasião de sua exposição no local em 1997, quando o CAHO era dirigido por Vanda Klabin.
Diante da estranheza do fato, observado pessoalmente por mim, no local onde a obra está instalada, peço que seja informado publicamente o motivo de tal restauro, o nome do restaurador responsável e os prazos previstos para a conclusão do trabalho e para a obra ser novamente disponibilizada ao público.
Informo ainda que alguns artistas desta cidade, tendo acompanhado o processo de montagem da exposição de Richard Serra e especialmente da instalação da referida obra (spots), conhecem o processo e o material usado. Caso interesse, este conhecimento está à disposição.
Aguardo resposta,
Atenciosamente,
Fabiana Éboli Santos – artista visual e curadora
Fabiana, no período que estive na direção do CMAHO, (até fevereiro de 2011), cuidei com todo o zelo da obra do Richard Serra. Toda a equipe estava ciente da magnitude da obra, tanto que, quando refizemos a pintura interna da casa, assim como em montagens de exposições mais complexas, a equipe era sempre recomendada para acompanhar com imensa cautela. Lastimo imensamente este fato.
Abç
Ana Durães
Sim Ana, sua equipe tinha plena noção da importância do acervo que se encontrava naquele espaço. Tanto o do Helio Oiticica, quanto do Serra...
Mas infelizmente o que temos vivido nesta cidade aponta para um desconhecimento e um descaso cada vez maior.
Vamos aguardar que outros artistas, que comentaram este fato indignados em outros foruns, manifestem-se também aqui, que é um canal público.
segue comentário do Adolfo Navas:
"Oi Fabiana, a notícia é inacreditável, uma alegoria sociocultural grotesca, se devia formular talvez um informe pontual e divulgar, via Canal Contemporâneo, internacionalmente, à altura de Richard Serra, ainda que o nome do centro de Hélio Oiticica seja outro paradoxo vergonhoso. Beijos, Adolfo"
Mais um absurdo que acontece na cidade devido a falta de preparo das autoridades em relação as questões culturais. Usam critérios políticos, para preencherem cargos que necessitam de conhecimento específico, e com isso pessoas totalmente despreparadas geram prejuízos irreparáveis a nossa sociedade.
Posted by: Ricardo Pimenta at setembro 9, 2011 11:15 AMParece uma insistência para que se torne um hábito, desaparecer com obras de arte públicas neste país. No Rio de Janeiro já sumiram com o stábile do Calder, a estrela da Tomie Otake e outros mais. Se não tivéssemos interferido com o painel de Aluísio Carvão, também teria dançado. E pelas mãos de arquitetos e urbanistas. Some arte sacra aos montes. Basta visitar os antiquários da América do Sul para ver. Somem mobiliário público. Pouco tempo faz, sumiram os postes antigos dos jardins do Museu da República. Colocaram postes horrendos modernos no lugar. Mas neste caso do HO, não dá pra sumir no anonimato, por ser uma obra que não pode ser deslocada. Está inscrita na parede. E isto é muito interessante na perspectiva de Richard Serra. Tomemos as providências!! Clarisse Tarran
Posted by: Clarisse Tarran at setembro 9, 2011 9:22 PMRicardo, tem razão! as pessoas nos cargos são absolutamente despreparadas.
Clarisse, sumiram também com os postes históricos de Santa Teresa, há poucos dias um foi retirado do Lgo das Neves, levado não se sabe pra onde, e colocado no lugar um "modernoso". Estão descaracterizando a cidade! e Sta Teresa é um bairro tombado! E ainda querem que confiemos nos arquitetos e urbanistas ligados ao poder municipal...
Fabiana fiquei chocada com a informação sobre a obra do artista Richard Serra! Um desrespeito a nossa cidade que nos envergonha.
Vamos engrossar o coro dos indignados, fazer algo. Luisa