|
agosto 26, 2011
Galeria acusa Maria Bonita Extra de plagiar Ernesto Neto por Silas Martí, Folha de S. Paulo
Galeria acusa Maria Bonita Extra de plagiar Ernesto Neto
Matéria de Silas Martí originalmente publicada no caderno Ilustrada do jornal Folha de S. Paulo em 25 de agosto de 2011.
Marca que já trabalhou com artistas como Volpi e Athos Bulcão, a Maria Bonita Extra está sendo acusada de plagiar em suas vitrines uma obra de Ernesto Neto.
Em comunicado à imprensa, a galeria Fortes Vilaça, que representa o artista, afirma que a grife "reproduz" suas esculturas em vitrines e diz que essa "prática se chama plágio, fere a lei e deveria ser considerada crime".
Neto diz que o objeto na vitrine das lojas é "muito parecido" com esculturas que expôs há dois anos em São Paulo. "Nem sei se considero um plágio, mas é surpreendente", disse à Folha. "Importa que as pessoas não achem que é minha escultura."
Em resposta à acusação, o diretor da marca, Alexandre Aquino, diz que as vitrines atuais "não têm nenhuma inspiração em Ernesto Neto".
"Ser acusado de plágio seria a maior das injustiças", diz Aquino. "A marca é a que mais trabalha com obras de arte. Às vezes as pessoas partem de áreas diversas e chegam a soluções parecidas."
Lise Marinho, artista que desenhou as vitrines, diz que se inspirou no parque High Line, em Nova York, e num brinquedo de acrílico de montar, popular nos anos 60, citado também por Neto como o ponto de partida para a sua série de esculturas. "Sinto muito pelo ocorrido, nunca soube que Ernesto Neto tinha feito essa obra", escreveu Marinho em carta enviada anteontem à Folha. "Meu processo criativo foi um arbusto contemporâneo, com formas geométricas, que remeteria a flores e cimento."