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julho 12, 2011
Pinacoteca revê obras históricas em exposição por Silas Martí, Folha de S. Paulo
Pinacoteca revê obras históricas em exposição
Matéria de Silas Martí originalmente publicada no caderno Ilustrada do jornal Folha de S. Paulo em 12 de julho de 2011.
Era para ser efêmero. Quando o artista Theo Werneck usou lâmpadas para desenhar no escuro há quase 30 anos, quis enfatizar os breves instantes entre um evento e seu impacto na retina.
Mas, pensando na memória desses vestígios, a Pinacoteca do Estado abre neste sábado uma exposição com o que sobrou das ações num dos períodos mais efervescentes para o gênero no país.
Do fim dos anos 70 para o começo dos 80, embalados pelo ocaso da ditadura e pela abertura democrática, artistas testaram os limites do teatro e das artes visuais, misturando linguagens em trabalhos de toada experimental.
E o museu da Luz foi um dos endereços mais ativos nesse cenário. Foi lá que José Roberto Aguilar orquestrou um concerto para piano usando luvas de boxe em 1980. A peça terminava com Arnaldo Antunes disparando dois extintores de incêndio.
Ivald Granato estreitou ali seus laços com a pop art, ironizando o maior gênio dela ao se fantasiar de Andy Warhol ao vivo, com direito a roupa de super-herói e pintura de cabelo e sobrancelha. Numa transposição mais direta do palco para o museu, Celina Mitie Fujii e outros dois atores encarnam cores numa encenação em que o negro e o branco vão tingindo tecidos até completar uma composição colorida.