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Como atiçar a brasa

 


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junho 27, 2011

Arte e militância política na exposição Paulo Bruscky - Arte Correio por AD Luna, Jornal do Commercio

Arte e militância política na exposição Paulo Bruscky - Arte Correio

Matéria de AD Luna originalmente publicada na seção de Cultura do Jornal do Commercio em 10 de junho de 2011.

Com curadoria de Cristiana Tejo, a mostra apresenta um conjunto de experimentos artísticos desenvolvidos pelo artista pernambucano e seus companheiros internacionais de batalha

Início dos anos 1970. Na América Latina, as ditaduras se recrudesciam e tornavam-se ainda mais opressivas. A Guerra Fria e a ameaça nuclear amedrontavam o mundo. A crença no consumo desenfreado como lenitivo para as angústias e dores do mundo capitalista ganhava força e milhões de adeptos, principalmente os inconscientes. Enquanto isso, uma conspiração silenciosa, comandada por artistas "subversivos" de vários pontos do planeta criticava tais conjunturas por meio de (re)criações trocadas por correspondência. A partir de hoje até o dia 24 de agosto, no Centro Cultural dos Correios, os recifenses poderão conhecer abrangente recorte dessa curiosa comunicação de guerrilha na exposição Paulo Bruscky - Arte Correio.

Com curadoria de Cristiana Tejo, a mostra apresenta um conjunto de experimentos artísticos desenvolvidos pelo artista (e rebelde) pernambucano Paulo Bruscky e por alguns de seus companheiros internacionais de batalha. “No Recife, o trabalho de Bruscky é mais falado do que realmente visto. Estamos trabalhando para dar mais visibilidade à sua obra”, explica Cristiana.

Entre as peças que estarão expostas na Arte Correio, selos, telegramas, correntes de cartas, aerogramas e envelopes de diferentes locais. "A gente já trabalhava, naquela época, com o conceito de rede antes da era da internet. Não havia preocupação com a estética dos trabalhos, mas com a comunicação em si. Fronteira era algo inexistente para nós", rememora Bruscky. Esse intercâmbio proporcionava aos missivistas a oportunidade de se manterem informados sobre as dificuldades vividas por seus interlocutores, ao mesmo tempo em que podiam denunciar as mazelas e censuras à liberdade de expressão que sofriam em seus países.

Posted by Cecília Bedê at 2:51 PM