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junho 20, 2011
Clark Quente por Silas Martí, Folha de S. Paulo
Clark Quente
Matéria de Silas Martí originalmente publicada no caderno Ilustrada da Folha de S. Paulo em 20 de junho de 2011.
Obra vendida a preço recorde e mostra no MoMA tornam Lygia Clark a artista brasileira do momento
Lygia Clark (1920-1988) virou uma grife. Seu nome ainda se distorce na língua dos colecionadores estrangeiros, mas todos parecem saber quem foi a artista brasileira.
Em Basileia, reunidos para a maior feira de arte do mundo, a Art Basel, eles brigaram para comprar qualquer pedaço de sua obra.
Estampando a capa da revista "Flash Art" deste mês e com uma retrospectiva já confirmada para 2014 no MoMA, em Nova York, a obra de Clark parece ter engrenado uma espiral de valorização.
Seu "Abrigo Poético 3", obra de 1964, foi vendido no começo da Art Basel por 1,8 milhão de euros, cerca de R$ 4,1 milhões.
Esse é o valor mais alto já pago pela obra de um artista brasileiro de que se tem notícia, batendo uma pintura de Antônio Bandeira leiloada no ano passado em São Paulo por R$ 3,5 milhões.
Um "Bicho" de 1960 também foi vendido na feira suíça por 1,5 milhão de euros, ou R$ 3,4 milhões. Uma obra da mesma série de famosas esculturas de metal articulado à venda por R$ 2 milhões na SP Arte em maio passado não achou comprador.
Já na Art Basel, mesmo os estudos para seus "Bichos" foram arrematados por preços nada modestos -variando de 410 mil euros a 490 mil euros, ou de de R$ 936 mil a R$ 1,1 milhão.
"Esses são valores que chamam a atenção, mas a artista já atingiu esse patamar no mercado", disse Philip Abraham, da galeria britânica Alison Jacques, que representa o espólio de Clark, à Folha. "São preços que já consideramos normais."