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abril 26, 2011
Após despejo, IAC vai levar acervo para prédio da PUC por Silas Martí, Folha de S. Paulo
Após despejo, IAC vai levar acervo para prédio da PUC
Matéria de Silas Martí originalmente publicada na Ilustrada do jornal Folha de S. Paulo em 26 de abril de 2011.
Museu deixa edifício da USP na rua Maria Antonia e deve ocupar depósito provisório até escolher novo local
Despejado do prédio da USP que ocupa desde 2007, o Instituto de Arte Contemporânea fechou um contrato com a Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e já está de mudança para um imóvel do novo parceiro.
É um desfecho da crise na instituição desde que o reitor da USP, João Grandino Rodas, despejou o IAC de sua sede no prédio Joaquim Nabuco, na rua Maria Antonia, em novembro passado.
Desde então, o IAC buscava um novo endereço para abrigar seu acervo de 17 mil documentos históricos sobre artistas como Sergio Camargo, Amilcar de Castro, Willys de Castro e Mira Schendel.
Uma tentativa de transferir o museu para um casarão da Secretaria de Estado da Cultura na avenida Higienópolis não foi adiante por questões burocráticas e acabou sendo descartada pelo IAC quando a PUC confirmou seu interesse em receber o museu.
"Num primeiro momento, é um contrato de comodato sem maiores cláusulas e definições", disse o presidente do IAC, Pedro Mastrobuono, à Folha. "Foi para diminuir o atrito judicial com a USP e ter um novo endereço para destravar projetos paralisados."
Duas ações judiciais da USP contra o IAC ainda tramitam na Justiça. Desde que ficou sem sua sede oficial no centro de São Paulo, o museu teve seus projetos em análise suspensos no Ministério da Cultura e não pode acessar suas contas bancárias.
"Isso gerou um quadro de asfixia financeira, mas com o novo endereço podemos destravar os projetos", disse Mastrobuono. "A PUC já está disposta a nos abrigar em um depósito provisório, vamos sair imediatamente da USP."
No novo endereço, o IAC deve estreitar laços com o curso de preservação e restauro da PUC, concretizando um dos planos de Mastrobuono à frente do museu, que era tornar a instituição um centro de formação de profissionais de preservação.
Mastrobuono está tentando firmar convênios agora também com instituições estrangeiras especializadas em restauro, como a Universidade de Amsterdã, o instituto Amolf e o Museu Van Gogh.
Enquanto isso, a USP voltará a ocupar o prédio que foi reformado pelo IAC, um investimento de R$ 5 milhões financiados pela instituição.
Procurada pela reportagem, a USP não quis se manifestar sobre o assunto, mas declarou que pretende usar o edifício Joaquim Nabuco para "atividades de cultura e extensão da universidade", como exposições do acervo dos museus universitários.