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março 1, 2011
Giro pela arte contemporânea por Ana Cecília Soares, Diário do Nordeste
Giro pela arte contemporânea
Matéria de Ana Cecília Soares originalmente publicada no Caderno 3 do jornal Diário do Nordeste em 1 de março de 2011.
Em entrevista exclusiva ao Caderno 3, o curador e crítico Agnaldo Farias tece reflexões sobre a arte contemporânea a partir de experiências recentes dele na área
Em Fortaleza para integrar a comissão de seleção de artistas para participar do 62º Salão de Abril, o crítico de arte e curador geral do Rumos Artes Visuais (2011-2013), do Itaú Cultural, Agnaldo Farias, conversou com exclusividade com a equipe do Caderno 3 sobre algumas das principais atividades a que vem se dedicando nos últimos tempos.
O curador destaca como funcionará o mapeamento de artistas para o Rumos. Projeto o qual ele acredita ser importante para estimular a produção artística em todo o Brasil.
"A estrutura que tenho sob a minha coordenação são quatro curadores. Estes, por sua vez, são responsáveis pelas regiões do País, e têm sob a sua coordenação dois curadores-mapeadores. São pessoas da própria região que têm conhecimento da área e do meio artístico do lugar", diz. Paralelo ao mapeamento, haverá também uma série de debates, seminários e workshops, para que os interessados conheçam o edital e se inscrevam. O programa não é só destinado aos artistas, mas também a pesquisadores da área.
"Não haverá um número determinado de artistas selecionados por região. Escolheremos em torno de 50. A ideia é acolhermos trabalhos com qualidade. O Rumos propicia aos contemplados a oportunidade de aprimoramento profissional por meio de ações formadoras, como concessão de bolsas de estudo, participação em palestras e ações de difusão através de exposições". Ao contrário da edição passada, cuja temática foi "Trilhas do Desejo", Agnaldo adianta que não vai determinar uma linha a seguir. Ele quer deixar o tema livre.
A 29ª Bienal de São Paulo também foi um assunto falado por Agnaldo Farias, que assinou, junto a Moacir dos Anjos, o projeto curatorial do evento, realizado no segundo semestre do ano passado.
Balanço
"Foi uma experiência interessante; conseguimos reunir artistas de várias partes do mundo. Foram cerca de 850 obras de 159 artistas. Tirando o sensacionalismo dado pela cobertura da imprensa (pela qual já perdi a esperança!), acho que essa foi uma edição importante que teve como a ´menina dos olhos´ um investimento forte no setor educativo. Conseguimos mobilizar um número significativo de educadores", conta.
O projeto educativo da Bienal contou com a curadoria de Stela Barbieri, artista plástica e educadora. Ele foi estruturado em três etapas, incluindo ações antes, durante e depois da mostra. As atividades foram divididas em formação de educadores de ONGs e das redes pública e privada de São Paulo, interior e outros Estados, totalizando cerca de 30 mil atendimentos; integração de artistas com comunidades; formação de 300 educadores para atendimento ao público durante a exposição, organizada em parceria com 22 instituições culturais paulistas.
"A educação é a base de tudo. Nós somos muito carentes nesse campo. Agora é que as escolas terão em sua grade curricular o ensino de música, mas nós não temos uma disciplina voltada para a compreensão da imagem. Uma vez que fazemos parte de uma sociedade imagética. Acho que cabe às instituições investirem mais nessas iniciativas".
Para o curador, outro destaque da última Bienal foi a proposta dos terreiros, que consistiam em espaços de discussão para o público interagir e participar. "Os seis terreiros foram projetados por artistas e eram usados para atividades diversas, como shows, projeções, performances e leituras. Era uma forma que encontramos de fazer do público protagonista".
62º Salão de Abril
No último fim de semana, o curador participou do júri de seleção do Salão de Abril, cuja exposição acontecerá de 15 de abril a 31 de maio. Segundo ele, um dos motivos para aceitar o convite é o interesse em ampliar o seu conhecimento sobre a produção local. "Pelo que andei vendo dos trabalhos inscritos no Salão, posso dizer que temos produções de boa qualidade. Acho que vamos ter uma bela exposição pela frente. Eu e meus companheiros de seleção priorizamos os trabalhos mais criativos", diz.
Veja a lista dos selecionados para o 62º Salão de Abril no blog Salões e Prêmios.
Nada contra o conteúdo e a fala do curador, mas sempre percebi que essa jornalista enche suas matérias de aspas. O próprio convidado que deveria ter assinado no final.
Posted by: denise at março 1, 2011 5:37 PM