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fevereiro 2, 2011
Com vendas pífias, feira de arte on-line não substitui tradicionais por por Silas Martí, Folha de S. Paulo
Matéria de Silas Martí originalmente publicada na Ilustrada da Folha de S. Paulo em 31 de janeiro de 2011.
Sistema do site travou nas primeiras duas horas do evento virtual
Parecia simples e sofisticado, mas a realidade da esfera virtual impôs alguns obstáculos à realização da VIP Art Fair, primeira feira de arte on-line, encerrada ontem.
Mesmo com as maiores galerias do mundo, como Gagosian e White Cube, e as poderosas brasileiras Fortes Vilaça, Luisa Strina e Nara Roesler, a feira teve vendas pífias.
Isso porque o sistema travou nas primeiras duas horas do evento virtual, impedindo a comunicação entre muitos colecionadores e galeristas.
"Desde o minuto um o site não funcionou", reclama Mariana Carvalho, da Luisa Strina. "As pessoas se decepcionaram, perderam o tesão", acrescentou Fernanda Figueiredo, da Nara Roesler.
Com estandes virtuais vendidos entre US$ 3.000 e US$ 20 mil, valores de feira do mundo real, a VIP amealhou galerias participantes de olho na economia que fariam sem sair de casa, sem transportar obras e sem as festas.
À DERIVA
Mas muitos negócios ficaram à deriva. "Nós tivemos alguma procura, mas não foi um sucesso", diz Alexandre Gabriel, da Fortes Vilaça. "Não tem o frisson do real, ninguém se sente pressionado a fechar uma compra."
Daí que o Viewing in Private, ver em segredo, que dá nome à feira acabou virando "Viewing in Pajamas", na ironia de um crítico, ou seja, ver de pijama, não de Prada.
"Isso não vai substituir as feiras tradicionais, até porque nós também gostamos das festas", diz James Cohan, diretora da VIP. "Mas acreditamos nessa plataforma."