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dezembro 30, 2010
Esclarecimentos sobre o MIS e Paço das Artes à Folha de S. Paulo por Eide Feldon
Esclarecimentos sobre o MIS e Paço das Artes à Folha de S. Paulo
Carta enviada ao Canal Contemporâneo em 23 de dezembro de 2010, endereçada ao jornal Folha de S. Paulo, em resposta a matéria "Demissões revelam crise no MIS e Paço de Silas Martí".
ATIÇANDO A BRASA
Leia os artigos, comentários e cartas em resposta à matéria no "Dossiê: MIS e Paço das Artes - respostas à matéria da Folha de S. Paulo".
A Associação dos Amigos do Paço das Artes Francisco Matarazzo foi criada em novembro de 2006 para gerenciar o Paço das Artes e passou, em outubro de 2007, a gerenciar também o MIS.
Nesses quatro anos de existência, a Associação, nas pessoas de seus conselheiros, diretores e competente corpo técnico, em parceria com o governo do Estado de São Paulo por meio da Secretaria de Estado da Cultura, tem garantido posição de destaque ao Paço e ao MIS no mapa cultural de São Paulo.
São, hoje, inquestionáveis referências na divulgação de trabalhos de artistas notáveis do cenário internacional da arte contemporânea e das novas mídias; na apresentação de artistas emergentes; na promoção da pesquisa e da formação continuada, por meio de workshops, simpósios, cursos, todos eles com suas vagas lotadas por um público ávido de conhecimento.
Foram muitas as contribuições da Associação para o enriquecimento cultural da cidade. Os espaços do MIS foram readequados, sem o que não seria possível devolvê-lo à cidade de São Paulo. Foi elaborado um Planejamento Estratégico, que se propõe a garantir coerência nas atividades das duas instituições, sempre com vista a potencializar seu caráter educativo. Foram montadas exposições de artistas de primeira grandeza, como Pipilotti Rist, Gary Hill, Yang Fudong, Ricardo Carioba, Miguel Rio Branco, Rejane Cantoni e Leonardo Crescenti; retomados os Festivais de Cinema do MIS (Mostra Internacional, Festival de Curtas, Festival de Cinema Latino americano); realizadas palestras dos fotógrafos Martin Parr, Steve McCurry; inventariados 180 mil itens do acervo do MIS; divulgado esse precioso acervo, em exposições que tiveram como curadores Arlindo Machado e Rubens Fernandes; realizado o Simpósio Internacional de Arte Contemporânea do Paço das Artes e o programa de residências LabMIS e suas mostras de resultados; publicados 25 títulos entre Paço e MIS...
Esse importante trabalho da Associação e da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo – assentado no genuíno compromisso de seus conselheiros com o engrandecimento das instituições, na competência de seus colaboradores e na larga experiência da diretora Daniela Bousso, que há mais de uma década atua no Paço das Artes – é ressaltado por consagrados artistas, curadores e teóricos, como Regina Silveira, Tadeu Chiarelli, Lucia Santaella, Gisele Beiguelman, Gilberto Prado, Arlindo Machado, entre outros. Profissionais que, enfim, qualificam a programação desenvolvida nas duas instituições como “avanço e nível cultural emparelhados com a cena artística do primeiro mundo” (vide trechos abaixo transcritos).
Tanto o MIS como o Paço têm cumprido suas finalidades como instituições destinadas a descobrir e a fomentar novas tendências culturais. A gestão de Daniela Bousso não só teve o mérito de reerguer, como o de consolidar as duas instituições como referência do que de melhor e mais atual se faz em matéria de arte contemporânea em São Paulo, em sintonia com outros pólos internacionais de produção cultural. Esse trabalho é reconhecido pelo público, pelos artistas e pelos críticos especializados. Não o desmerecem eventuais divergências de pensamento e de opinião - que, de resto, são perfeitamente normais na vida de qualquer grande organização.
Eide Feldon
Presidente do Conselho de Administração da Associação de Amigos do Paço das Artes Francisco Matarazzo Sobrinho
”... dois importantíssimos espaços culturais e expositivos de São Paulo que se dedicam aos campos experimentais da arte contemporânea. São anos de empenho na construção de um público, incentivando jovens artistas, produzindo e trazendo mostras relevantes de artistas já consagrados, além dos inúmeros seminários de discussão e reflexão...”
Gilbertto Prado, artista e professor da USP
“... Projetos sintonizados com os ventos vivos da arte e da cultura, incentivo a novos artistas, curadorias de renomados artistas internacionais, cursos inovadores, laboratórios de pesquisa e criação nas linguagens da arte, tudo isso coloca essas duas instituições no mesmo nível de instituições de países avançados. As críticas a que injustamente uma diretoria tão acima da média está sendo submetida não passa de um sinal evidente de que a cultura deste país incorrigivelmente não passa de uma cultura do Carnaval, do oba oba, da leviandade, da ação entre amigos e da corrupção cognitiva...”
Lucia Santaella, semióloga e professora da PUC-SP
“... Impossível ler qualquer coisa sobre Daniela Bousso, o MIS e o Paço das Artes (cujas comemorações recentes de seus 40 anos passaram praticamente despercebidas pela imprensa) e não lembrar o quanto Daniela, nessas duas instituições, vem fazendo para divulgar as vertentes mais radicais da arte brasileira e internacional, além de manter aberto esses espaços para a jovem produção artística brasileira...”
Tadeu Chiarelli, diretor do MAC - USP
“... a matéria da Folha personaliza a discussão, deixando de lado o debate institucional, o momento singular da implantação das OSs em São Paulo (e toda relação público-privado derivada) a aposta prospectiva do MIS/Paço das Artes, e mais: se há crise institucional, ela deve ser debatida e ampliada nesses termos...”
Renata Motta, diretora do Instituto Sergio Motta
“... Este trabalho ainda nem teve tempo para se consolidar e já começam as tentativas de inviabilizar a sua continuidade, sem que qualquer alternativa efetiva seja proposta. Num momento em que o país procura reconstituir suas instituições públicas, resgatando o poder de gestão do Estado, na área da Cultura continuam a prevalecer os interesses pessoais e as tramas de bastidor, que bloqueiam a consolidação institucional...”
Nelson Brissac, crítico e curador
”... A comparação entre o público da Pinacoteca e o público do MIS ou Paço é fake. São coisas diferentes, não podem ser comparadas. É como comparar a audiência do programa do Ratinho na TV com a freqüência de leitores na Biblioteca Nacional ou o número de leitores da Folha de São Paulo...”.”... O MIS e o Paço, infelizmente, pelas suas posições geográficas mais afastadas, ficam fora do circuito turístico dos caipiras do interior e dos compradores do atacado. Quem vai ao MIS ou ao Paço vai em busca de arte e cultura, não para cumprir um programa turístico...”
Arlindo Machado, crítico, curador e professor
“... Não há qualquer menção ao fato de ter sido a gestão de Daniela Bousso a responsável pela reforma e reabertura do MIS, pela inauguração do primeiro laboratório público de criação com mídias digitais e pela internacionalização desse equipamento cultural, a partir de intercâmbios com centros de excelência como o MidiaLab Prado.
Haveria que se mencionar ainda o destaque que várias mostras do MIS e do Paço tem recebido com frequência nos principais guias e cadernos de cultura e avaliar qualitativamente os impactos dessas instituições...”
Giselle Beiguelman, artista e curadora do Instituto Sergio Motta
“... Há oito anos sou colaboradora do Paço das Artes, como crítica de arte da Temporada de Projetos, e minha convivência profissional com a diretora Daniela Bousso sempre foi pautada por respeito e incentivo ao diálogo e à construção coletiva de projetos e de conhecimento....” “...mas posso afirmar, com base em minha experiência profissional, que as duas instituições que Daniela Bousso dirige têm como característica principal a escuta constante e atenta das demandas e inquietações do meio de arte contemporânea e de novas mídias em São Paulo...”
Juliana Monachesi, jornalista e crítica
“... o trabalho que Daniela desenvolveu nos últimos anos é maravilhoso e deveria servir de exemplo para outras instituições Brasil a dentro. Seria um bom inicio para transformarmos o Brasil realmente!...”
Marcio Botner, artista e sócio-diretor da galeria A Gentil Carioca