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dezembro 13, 2010
Obras polêmicas são excluídas da Bienal itinerante por Fabio Cypriano, Folha de S. Paulo
Matéria de Fabio Cypriano originalmente publicada na Ilustrada do jornal Folha de S. Paulo em 12 de dezembro de 2010.
Apesar de fechar as portas hoje com quase metade do público esperado, a 29ª Bienal de São Paulo ainda pode chegar ao um milhão de visitantes anunciado, graças à itinerância da mostra, que seguirá, no próximo ano, por 12 cidades do país.
"A itinerância reforça a ideia que criamos uma exposição que se pretende mais próxima do público", diz Heitor Martins, presidente da Fundação Bienal. "Como ela irá ocorrer em 12 pontos, se a média de cada um for 50 mil, conseguiremos ultrapassar o um milhão", contabiliza.
Ainda não estão definidas todas as obras para cada etapa da mostra. "Isso está sendo acertado entre os curadores da Bienal [Agnaldo Faria e Moacir dos Anjos] e os de cada instituição", diz Emílio Kalil, que foi o produtor do evento, mas desde quinta passada é o secretário de Cultura do Rio de Janeiro.
Segundo dos Anjos, por problemas técnicos, duas das obras mais polêmicas da mostra, "Bandeira Branca", de Nuno Ramos, e "A Alma Nunca Pensa sem Imagem", de Roberto Jacoby, que fazia campanha por Dilma Rousseff, não serão exibidas em outras cidades.
"Já o trabalho de Gil Vicente ["Inimigos'] poderá ser exibido em outras circunstâncias sem problemas técnicos e sem prejuízo para o seu significado", diz dos Anjos.
A itinerância da Bienal começa em Belo Horizonte, no dia 18 de janeiro, no Palácio das Artes; em março, ela ocupa o Museu de Arte Moderna do Rio e o de Salvador; em abril, o Museu Oscar Niemeyer, de Curitiba; em maio, estão agendadas exposições no Museu de Arte do Rio Grande do Sul (Porto Alegre) e no Museu Nacional de Brasília; e em julho, encerra-se a turnê nacional no Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães, em Recife.
No interior de São Paulo, a Bienal será vista em unidades do Sesc, nas cidades de Campinas, Santos, Araraquara, Ribeirão Preto e Piracicaba, entre os meses de abril e junho.