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setembro 2, 2010
Miguel Rio Branco abre mostra sobre metrópoles no MIS, www.estadao.com.br
Matéria originalmente publicada no caderno Cultura em 30 de agosto de 2010
A exposição "Maldicidades - Marco Zero", que Miguel Rio Branco inaugura amanhã no Museu da Imagem e do Som (MIS), é apenas o primeiro de uma série de eventos em torno do artista, colocando-o em posição de destaque no circuito paralelo e oficial da 29.ª Bienal de São Paulo. Com fotografias, vídeos e instalação, a mostra do MIS se debruça sobre as cidades, revelando um olhar plural, ao mesmo tempo poético e crítico. Rio Branco, que vê as metrópoles "como casos terminais", registrou-as de forma tão intensa e distinta ao longo de décadas que planeja transformar todo esse material em livro, a ser editado em breve pela Cosac Naify.
"É uma forma de me libertar dessa temática, de colocar um ponto final nessa produção toda, criando algo que faça sentido", afirma. Também por isso o artista - que há anos mudou-se para a região serrana do Rio de Janeiro -, considera que a abertura de um pavilhão dedicado à sua obra em Inhotim, Minas Gerais, previsto para acontecer em 23 de setembro, seja de longe o fato mais importante de sua trajetória recente.
A possibilidade de exibir um conjunto amplo e denso de trabalhos, de forma orquestrada e num centro de excelência que se encontra afastado dos eixos metropolitanos é para ele motivo de contentamento. "Desde os anos 70 que sonho com coisas feitas fora das grandes metrópoles caindo aos pedaços", afirma. No pavilhão serão expostos diversos trabalhos inéditos ou raramente vistos, como "Diálogos com Amaú" (mostrado na Bienal de 1983); "Entre os Olhos o Deserto" e "Tubarões de Seda" (este último exibido apenas na Holanda). Algumas peças serão permanentes e outras trocadas de tempos em tempos. "Gostaria muito que fosse uma coisa viva", afirma Rio Branco sobre Inhotim.
Quanto à sua participação na Bienal, com a exibição do filme "Nada Levarei quando Morrer, Aqueles que me Devem, Cobrarei no Inferno" - que também estará em Inhotim -, pode-se afirmar que ela é pontual porém bastante simbólica, levando em consideração a ênfase dada pelo evento à relação entre arte e política. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.