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Como atiçar a brasa

 


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agosto 13, 2010

Mostra em SP reúne 30 obras raras de Sergio Camargo. estadão.com.br

Matéria originalmente publicada no caderno Cultura do estadão.com.br em 13 de agosto de 2010.

No ano passado, um relevo em madeira do escultor carioca Sergio Camargo (1930-1990), datado da década de 1960, foi arrematado por mais de US$ 1,5 milhão em leilão da Sotheby?s, em Nova York. É um fato, mas o curador e professor Paulo Venancio Filho quer acreditar que os altos preços alcançados atualmente pelas obras do escultor não sejam parte apenas de um fenômeno. "Que isso possa se traduzir em interesse de vê-lo", diz Venancio, completando que apesar de toda a aura de consagração de Camargo na recente história da arte brasileira, ele não é tão conhecido assim do público.

Por isso, a exposição "Sergio Camargo - Claro Enigma", que será inaugurada amanhã para convidados e a partir de domingo aberta a visitação no Instituto de Arte Contemporânea (IAC), em São Paulo, é uma oportunidade de se ver reunido um conjunto significativo de 30 obras do escultor, passando, de uma maneira fluida, por sua trajetória entre as décadas de 1950 e 1980. A mostra, com curadoria do próprio Venancio, ressalta, justamente, peças raras do artista, todas elas pertencentes a coleções particulares brasileiras - apenas uma escultura em mármore de Carrara, de 1978, é emprestada do acervo do Museu de Arte Moderna de São Paulo.

"Não é uma retrospectiva", diz o curador, completando que sua ideia foi evitar na seleção obras do espólio do artista porque "essas são sempre mostradas". Desde que o escultor morreu, há exatos 20 anos, sua última exposição individual de mais peso ocorreu em 1999, no Palácio do Itamaraty. O IAC, legalmente criado em 1997, foi fundado para institucionalizar a obra de quatro artistas, Sergio Camargo, Willys de Castro, Mira Schendel e Amilcar de Castro. "Claro Enigma" é a primeira individual que o instituto dedica ao escultor.

Além de esculturas, relevos, croquis e fotografias (fazendo menção à sua arte pública), a exposição se completa com a exibição do documentário "Se Meu Pai Fosse de Pedra", dirigido pela filha do artista, Maria Camargo. Estão previstos também um ciclo de palestras, com participação de Paulo Venancio Filho e de convidados como o crítico britânico Guy Brett (dia 17/9) - que teve grande contato com o escultor e foi um dos impulsores de criadores como Hélio Oiticica e Lygia Clark na Europa - e lançamento, em setembro, de livro de poesias e escritos de Sergio Camargo recolhidos por sua filha Maria e pela escultora Iole de Freitas e reunidos em edição feita pela Editora Bei e pela escritora Beatriz Bracher. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Posted by Cecília Bedê at 3:48 PM