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agosto 10, 2010
Mac abre sede em dezembro, Estadão.com.br
Matéria originalmente publicada no caderno Cultura do Estadão.com.br em 10 de agosto de 2010.
Museu se prepara para mostrar seu acervo no novo prédio no Ibirapuera
Na atual sede. O diretor do museu, Tadeu Chiarelli: atividades terão como eixo obras da coleção e suas lacunas, ele afirma "Supermuseu", com área expositiva de 10 mil m², anexos (um deles, um grande galpão) e um futuro jardim de esculturas, é como define Tadeu Chiarelli, diretor da instituição, o novo Museu de Arte Contemporânea (MAC) da USP, com a inauguração de sua sede, dia 4 de dezembro, no prédio onde funcionava o Detran (Departamento Estadual de Trânsito), no Ibirapuera.
O edifício, projetado por Oscar Niemeyer em 1954, ainda está em obras para se tornar espaço museológico - e uma previsão anterior dizia que sua inauguração ocorreria em outubro, durante a 29.ª Bienal de São Paulo. "Vale a pena perder a Bienal para fazer a inauguração com espaços expositivos", diz Chiarelli. Sendo assim, em dezembro, o novo MAC será aberto com grandes exposições. Por quatro andares do prédio estará abrigada Arte Moderna e Contemporânea - Séculos 19-21, com cerca de 1,2 mil das 10 mil obras da coleção do museu (e enfoque na arte conceitual); em salas pequenas, mostras monográficas dos artistas Di Cavalcanti, Yolanda Mohaly, León Ferrari, José Antonio da Silva, Rafael França e Julio Plaza (bem representados no acervo); no anexo (espaço para criação), exibições inéditas de Mauro Restiffe (de registros da reforma do prédio) e de Carlito Carvalhosa; e ainda em dois pisos do edifício, exposição de "artistas emergentes brasileiros" sob o título Arte Contemporânea 2000-2013. "É uma postura retrospectiva e prospectiva, que era a tônica do (Walter) Zanini (primeiro diretor do MAC, fundado em 1963)", afirma Chiarelli.
Encontros. Mas por agora, enquanto o museu ainda tem sua sede na Cidade Universitária, um ciclo de encontros públicos com artistas, a partir de hoje, dá início às atividades do novo projeto da instituição sob a gestão, até 2014, de Chiarelli, nomeado diretor do MAC em 21 de abril. A jovem artista Sofia Borges participa hoje, entre 17 e 19 h, do primeiro bate-papo, com entrada gratuita.
Em agosto, o ciclo ocorre todas as terças-feiras, no mesmo horário, no auditório do museu (Rua da Praça do Relógio, 160, tel. 3091-3559) tendo a presença, sequencialmente, a cada dia, dos artistas Marco Willians, Gilberto Mariotti e Guilherme Peters. A programação, semanal, ainda se estende por setembro - com falas de Felipe Prando, Deyson Gilbert, Marlon de Azambuja e a dupla Luciana Ohira/Sergio Bonilha; outubro - com Fábio Tremonte e Vitor Cesar; e novembro - com Fernando Piola e Pino. Mais informações podem ser consultadas pelo e-mail ceema@usp.br. O programa nasceu da vontade de se resgatar mais uma iniciativa de Zanini, a de trazer os artistas para o museu.
Planos. A obra de transformação do antigo prédio do Detran em museu está sendo financiada, com recursos em torno de R$ 54 milhões, pela Secretaria de Estado da Cultura. Pelo novo projeto, o edifício da Cidade Universitária será dedicado a atividades didáticas e a área que o MAC tem no Pavilhão da Bienal será devolvida à entidade. O trânsito de todo o acervo (que inclui coleções como a do ex-banqueiro Edemar Cid Ferreira) ocorrerá, acredita Chiarelli, até o fim do 1.º semestre de 2011. Ele afirma também que a manutenção do museu será de cerca de R$ 700 mil mensais e está ainda em discussão se esse montante terá apoio da Secretaria Estadual.