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agosto 6, 2010
Philip Glass faz som para instalação intimista por Euclides Santos Mendes, Folha de S. Paulo
Matéria de Euclides Santos Mendes originalmente publicada na Ilustrada do jornal Folha de São Paulo em 4 de agosto de 2010.
Concerto do compositor minimalista integra obra de Carlito Carvalhosa na Pinacoteca
Uma espiral formada por uma alta e volumosa construção de tecido branco parece dançar durante o concerto para piano de Philip Glass, 73, na Pinacoteca do Estado, na última segunda-feira. O músico norte-americano executa os sons que embalam o movimento e dão sentido à instalação "A Soma dos Dias", do artista plástico Carlito Carvalhosa.
"Philip Glass fez um programa de composições suas para o trabalho. "A Soma dos Dias" não ilustra a música dele, nem ele fez uma trilha para o trabalho, são coisas que coexistem", diz Carvalhosa. A instalação, que envolve todo o espaço central da Pinacoteca, oferece um passeio acústico e visual pelo ambiente do museu.
O piano de Glass dá o ritmo do descortinamento de uma "cegueira branca" que, discretamente, cede lugar ao gesto de descoberta da potência sensível do visitante. "A Soma dos Dias" faz parte do projeto Octógono Arte Contemporânea e terá o acompanhamento, em horários preestabelecidos, da música de Glass executada por alunos da Tom Jobim - Escola de Música do Estado de São Paulo (www.emesp.org.br), acrescida pelo registro dos sons no ambiente reproduzidos em alto-falantes.
"A cada dia, um novo registro sobrepõe-se ao do dia anterior, incorporando-o. O acúmulo desses registros, a soma dos dias, constitui a memória da experiência e da passagem do trabalho pela instituição", ressalta o curador-chefe Ivo Mesquita.