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julho 16, 2010
Prêmio Pipa de artes plásticas anuncia finalistas por Suzana Velasco, O Globo
Matéria de Suzana Velasco originalmente publicada no caderono Cultura do jornal O Globo 15 de julho de 2010.
Os artistas Cinthia Marcelle, Renata Lucas, Marcelo Moscheta e Marcius Galan foram anunciados como os finalistas do primeiro Prêmio Pipa, criado numa parceria da empresa Investidor Profissional com o Museu de Arte Moderna do Rio (MAM). Os quatro vão concorrer a um prêmio de R$ 100 mil, dos quais R$ 25 mil serão destinados a uma residência artística na instituição Gasworth, em Londres. A escolha será de um júri de cinco nomes, ainda não definidos. Os artistas também vão disputar um prêmio de R$ 20 mil, numa escolha do público que visitar o MAM, onde os quatro farão uma exposição, de 25 de setembro a 14 de novembro.
Os finalistas têm entre 33 e 38 anos, e trabalham com meios variados, num retrato da diversidade da arte contemporânea. Da primeira exposição numa galeria independente, em 2001, a paulista de Ribeirão Preto Renata Lucas já participou da Bienal de São Paulo de 2006 e da Bienal de Veneza de 2009, e fez uma intervenção na Tate Modern, em Londres. Seu trabalho tem um forte vínculo com a arquitetura e o espaço urbano, e ela agora faz uma residência em Estocolmo. A metade feminina dos finalistas se completa com Cinthia Marcelle, que também já participou de exposições e residências no exterior. Sua obra explora de forma poética uma série de meios, como o vídeo, a instalação e a fotografia. A artista mineira acha que contou com um tanto de sorte.
- É uma responsabilidade, de certa forma estamos representando uma geração de artistas. No MAM, meu interesse é conseguir criar uma mostra que fale um pouco de qual é meu universo - diz Cinthia.
Renata, Cinthia e outro finalista, Marcius Galan, participaram da mostra "Nova arte nova", no Centro Cultural Banco do Brasil, em 2008, e ambos estarão na Bienal de São Paulo deste ano. Galan, que nasceu em Indianópolis, nos Estados Unidos, e mora em São Paulo, trabalha com esculturas, instalações e desenhos. Já Marcelo Moscheta tem mestrado em gravura, mas também usa desenhos, fotografias e objetos para tratar da paisagem e sua relação com o homem.
- Recebi a notícia com empolgação e nervosismo. A ficha demora a cair - diz Moscheta, que nasceu em São José do Rio Preto e mora em Campinas. - Gostaria de criar um ou dois trabalhos especialmente para a exposição no MAM e fazer uma conversa com obras anteriores.
Os finalistas foram os mais indicados por um júri de 32 pessoas, entre artistas, curadores, críticos de arte, colecionadores e galeristas. Todos tiveram liberdade para indicar qualquer artista que considerassem promissor, sem limite de idade. A lista final foi composta de 101 nomes. O vencedor será anunciado numa cerimônia no MAM, no dia 28 de outubro.