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julho 13, 2010
Artista plástico José Bechara revê carreira em livro e mostra por Luiz Fernando Vianna, Folha de S. Paulo
Matéria de Luiz Fernando Vianna originalmente publicada na Ilustrada da Folha de S. Paulo em 13 de julho de 2010.
Publicação lançada esta semana reúne desenhos do carioca
Além de mostrar um lado pouco conhecido do artista, o lançamento do livro "Desenhos: Como Piscada de Vaga-lume" flagra o carioca José Bechara, 53, num momento de, como diz, "colisão" de tudo o que produziu em duas décadas de carreira.
"Não introduzo uma experiência no meu trabalho apagando a anterior. Elas se somam. Uma abre fissuras para outras", diz ele, que lançou o livro em Lisboa no mês passado e faz o mesmo na Livraria da Travessa, no Rio, na próxima quinta-feira.
Seu foco hoje é "Fendas", exposição que fará em novembro no Museu de Arte Moderna do Rio. Em 3.000 m2, ele mostrará pinturas, esculturas e desenhos em diversos suportes, tamanhos e estilos, sendo 90% inéditos.
Não é, portanto, uma retrospectiva, mas serve como um grande panorama. A reunião de desenhos está afinada com essa fase. Depois da incursão pelas esculturas monumentais com "A Casa" -iniciada em 2002 e exposta em 2004-, Bechara reduziu a escala para poder prosseguir no segmento.
Daí veio a ideia das esculturas gráficas, peças pintadas que parecem desenhos tridimensionais. Em seguida, surgiu o desejo de organizar num volume todos os desenhos, inclusive os livres, com traços sinuosos e figurativos.
"Eu sinto necessidade de amolecer a linha, que é sempre reta no meu trabalho, ainda que seja uma geometria hesitante", explica ele, que em setembro também exporá em São Paulo, na galeria Marilia Razuk.