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maio 21, 2010
Brasil no Prix Ars Electronica 2010 por Nina Gazire, Istoé
Matéria de Nina Gazire originalmente publicada na Istoé em 20 de maio de 2010
Trabalho do brasileiro Lucas Bambozzi recebe menção honrosa na maior premiação de arte e tecnologia do ano
No dia 17 de maio, o Prix Ars Electronica, maior e mais antigo prêmio de arte e tecnologia do mundo, anunciou os vencedores de sua edição de 2010. A tradicional premiação Golden Nica contemplou sete trabalhos nas categorias Comunidades Digitais, Arte Interativa, Arte Híbrida, Soundart e Animação Computacional.
Além da premiação máxima, o Prix Ars Electronica concedeu prêmios de Distinção e Menções Honrosas a 80 trabalhos, dentre os 3.500 inscritos nessa edição, inclusive para o Brasil. Entre os vencedores das Menções Honrosas, o site brasileiro CulturaDigital.br foi contemplado na categoria Comunidades Digitais, e o trabalho “Mobile Crash”, de Lucas Bambozzi, na categoria Arte Interativa.
“Mobile Crash” ainda não foi apresentado no Brasil, mas apenas na exposição Geografias Celulares, em suas edições na Argentina, em 2009, e no Peru, em janeiro deste ano. “Receber esta distinção é mesmo um incentivo a continuar produzindo instalações dessa natureza, que exigem ajustes e cuidados bastante complexos na sua montagem, algo nem sempre é bem visto pelas instituições ou espaços expositivos que se dispõem a abrigar projetos envolvendo interatividade”, afirma Lucas Bambozzi, criador do projeto.
O trabalho foi desenvolvido com a ajuda de Ricardo Palimieri, Roger Sodré, Paloma Oliveira e Lucas Gervilla, emprega software livre (Ubuntu, Pure Data, e openFrameworks). A instalação tem inspiração na live performance “Da Obsolescência Programada”, que trata da rápida obsolescência das novas mídias. Mobile Crash é um ambiente criado por 4 vídeo-projeções em grande escala, que reajem à presença do público, disparando vídeos aleatórios retirados do registro da performance “Da Obsolescência Programada”, realizada em 2009 (foto).
A instalação também será mostrada na Europa ainda neste ano. Primeiro no ISEA-Inter Society for Electronic Arst, festival da Alemanha, e em mostra junto ao próprio Ars Eletronica, que tem sede na Áustria.
Além das menções honrosas recebidas, o Brasil teve a sua primeira participação no júri da categoria Arte Interativa, com a presença da curadora e artista Giselle Beiguelman. André Lemos, professor da UFBA, é membro do conselho consultivo internacional do Prix Ars Electronica, indicando projetos na categoria Comunidades Digitais desde 2003.