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março 18, 2010
Portas fechadas o ano inteiro por Pollyanna Diniz, Diário de Pernambuco
Matéria de Pollyanna Diniz originalmente publicada no Caderno Viver do Diário de Pernambuco em 18 de março de 2010.
Desde o último dia 9, o Museu da Cidade do Recife, no Forte das Cinco Pontas, está de portas fechadas. A decisão pareceu tão inesperada que alguns eventos até já estavam marcados para acontecer no local, como a comemoração do aniversário do Recife na semana passada. Depois de cumpridos os compromissos, o museu fechou definitivamente. Vai passar por uma reforma que deve durar o ano inteiro.
Na realidade, não é a primeira vez que o museu é fechado. Ano passado, em agosto, o prefeito do Recife João da Costa e o então secretário de Turismo de Pernambuco, Sílvio Costa Filho, assinaram a ordem de serviço para dar início às obras de requalificação do museu. Em setembro, a instituição foi fechada para que a reforma começasse. Só que, com a mudança de secretariado no governo do estado, as obras não foram iniciadas e o museu permaneceu inacessível ao público até o início de janeiro, quando a casa reabriu de maneira improvisada, provisoriamente.
Os impasses burocráticos só foram resolvidos agora, o que motivou o fechamento repentino. "Tivemos esse atraso e como era período de férias, reabrimos. Nós até gostaríamos de fazer uma reforma com o museu aberto ao público, mas isso não é possível por conta do risco de acidentes", explica a diretora Betânia Correia.
A reforma que vai custar R$ 2,7 milhões (recursos do Programa de Desenvolvimento do Turismo do Nordeste - Prodetur II) deve garantir climatização, restauro das cantarias, iluminação, estacionamento, requalificação dos espaços e acessibilidade. Enquanto isso, a restauração de mapas, por exemplo, está sendo feita no mesmo local onde funcionava o auditório e onde está a administração. Também deve ser concluída a digitalização do acervo e iniciada a catalogação.
Desde janeiro, o público que visitava o Museu da Cidade do Recife tinha acesso apenas a uma sala que abrigava a exposição de fotos antigas, imagens do Recife do tempo dos holandeses, um sino da Igreja dos Martírios. O restante já tinha sido guardado na reserva técnica, aguardando a reforma. "Já que o museu não tinha muito a oferecer, a nossa participação era importante, a questão falada", explica o mediador Kalhil Gibran. O museu é muito voltado aos turistas, mas também ao público infantil. "É muito importante a participação das escolas. Não existe cidade turística se o próprio habitante não conhece", pontua a diretora.
Enquanto a visitação não recomeça, apenas os pesquisadores têm acesso à biblioteca da instituição, que tem um importante acervo iconográfico com fotografias, mapas, negativos em vidro e livros sobre a história do Recife. "Para que os trabalhos não sejam paralisados completamente, vamos fazer o programa Museu Fora de Portas", adianta Betânia. Trata-se de uma exposição itinerante que será montada na Galeria do Minc, na Rua do Bom Jesus, sobre Pelópidas Silveira.