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fevereiro 8, 2010
Mercado de arte pode lavar dinheiro ilícito por Fernanda Mena, Folha de S. Paulo
Matéria de Fernanda Mena originalmente publicada na Ilustrada da Folha de S. Paulo, em 6 de fevereiro de 2010
A falta de controle rigoroso nas transações de compra e venda de obras de arte é o que torna esse mercado fértil para operações de lavagem de dinheiro de origem ilícita.
Segundo o presidente do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), Antônio Gustavo Rodrigues, há uma resolução do órgão de 1999 que criou procedimentos a serem observados numa transação envolvendo bens artísticos e antiguidades. Ela determina que operações suspeitas (que envolvam dinheiro em espécie, em que o comprador resiste a ser cadastrado, em que haja pagamento com recursos vindos do exterior etc.) devam ser comunicadas ao órgão.
No ano passado, apenas duas transações de obras de arte foram apontadas ao órgão como suspeitas. Para se ter uma ideia, o setor imobiliário, no mesmo ano, comunicou 3.142 transações suspeitas; o setor de joias, 23.
"Falta essa consciência entre galeristas", diz Rodrigues. "O que muitos não sabem é que a não comunicação dessas transações pode acabar envolvendo o vendedor da obra na ação criminal como cúmplice", alerta.