|
novembro 5, 2009
Reflexos da queda do Muro de Berlim por Eugênia Bezerra, Jornal do Commercio
Matéria de Eugênia Bezerra originalmente publicada no Caderno c do Jornal do Commercio, em 5 de novembro de 2009.
Marco simbólico da Guerra Fria, o Muro de Berlim dividiu a Alemanha em dois blocos por 28 anos. Após sua derrubada, que completa vinte anos este mês, o mundo passou por transformações políticas, econômicas e sociais – que também se refletiram no campo das artes. Estes temas fomentam o ciclo de debates do Seminário Internacional Depois do Muro: a geopolítica das artes, realizado a partir de segunda-feira pela Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) e a Fundação de Cultura Cidade do Recife. As palestras com artistas, curadores, pesquisadores e críticos acontecem na Fundaj do Derby. Há 100 vagas disponíveis e as inscrições são realizadas por e-mail. A ficha de inscrição está disponível no www.fundaj.gov.br. Pelo mesmo site, o evento será transmitido com tradução simultânea.
A cada ano a Coordenação de Capacitação e Difusão Científico-Cultural da Fundaj (CGCADIF) escolhe um tema para estas ações. Em 2008, foi o marco dos 40 anos do Maio de 68. Este ano, a Fundaj escolheu esta outra efeméride para refletir sobre a arte e a contemporaneidade. “Não queríamos ser só mais um evento sobre o Muro de Berlim, até porque as instituição alemãs poderiam fazer isso e até com mais propriedade. Mas esta é uma oportunidade para se posicionar sobre o que tem acontecido daquele ano para cá. Hoje fala-se muito em um mundo sem fronteiras, mas sem fronteiras para quem?”, reflete a coordenadora-geral da CGCADIF, Cristiana Tejo.
O seminário é formado por três palestras, que começam às 14h30 e serão seguidas por debates (às 17h30). O primeiro encontro tem como tema A geopolítica das artes e conta com a participação do coordenador de Artes Visuais da Fundaj, Moacir dos Anjos, e da curadora da Bienal de Havana, Nelson Herrera Ysla (Cuba). Após o debate, será inaugurada a exposição do Grupo Superflex na Galeria Vicente do Rego Monteiro (confira na matéria ao lado).
Na terça-feira, a discussão destaca a relação entre arte e economia, com o tema Arte no contexto neoliberal. Participam da mesa o historiador de arte, crítico e curador Marko Stamenkovic (Sérvia), o doutor em Sociologia da Cultura Alexandre Melo (Portugal), e a crítica de arte e pesquisadora Ana Letícia Fialho.
No último encontro, outros três convidados debatem sobre Arte e reposicionamentos políticos. A ideia é fazer um balanço crítico do que aconteceu nos últimos 20 anos no setor. Os palestrantes são o artista, curador e crítico Ricardo Basbaum (RJ), a mestre em História e Teoria da Arquitetura Ligia Nobre (SP) e o doutor em Ciências da Informação Laymert Garcia dos Santos (SP).
A Fundaj já começou a preparar uma publicação que vai reunir os papers do seminário a outros textos relacionados ao assunto, além de uma espécie de glossário.